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I SÉRIE — NÚMERO 94

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Hoje de manhã, a imprensa brasileira faz eco do seu anúncio e o jornal Folha de S. Paulo diz que o

Presidente do Brasil discursará em Portugal, no Parlamento, no aniversário da Revolução dos Cravos.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Era o que faltava!

O Sr. André Ventura (CH): — Isto é vergonhoso! E a sua ação — não sei se foi para desviar as atenções

de outra coisa qualquer! — levou a um enorme desrespeito do Parlamento.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!

Protestos do Deputado do BE Pedro Filipe Soares.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Quem está a desviar as atenções sei eu quem é!

O Sr. André Ventura (CH): — Portanto, Sr. Ministro, eu não podia deixar passar este momento sem lhe dar

esta nota de repúdio político pela reconsideração de uma data que é — ou deveria ser — de todos os

portugueses e que vai, pela primeira vez, ser altamente partidarizada; mas, sobretudo, de crítica, pela sua

inqualificável atitude, enquanto Ministro da República, de achar que, impunemente, pode fazer o que quer

neste Parlamento.

Aplausos do CH.

Portanto, agradecia-lhe um esclarecimento sobre esta matéria.

Sr. Ministro, hoje soubemos que a ajuda financeira à Ucrânia, de 250 milhões de euros, afinal, já não será

paga. Não sei se isto é verdade, ou não, mas é o que diz um jornal, esta manhã: que a prometida ajuda do

Primeiro-Ministro à Ucrânia, de 250 milhões de euros, afinal não vai ser paga. E, com uma explicação bastante

detalhada, diz-se que, afinal, vamos acabar numa concessão de apoio de 55 milhões de euros.

Ó Sr. Ministro, vamos ver: Portugal apoia com o que pode, e «quem dá o que tem, a mais não é obrigado».

Agora, escusamos de andar pela Europa toda a fazer números de que vamos dar tanques não sei de que

marca e helicópteros que não funcionaram nos incêndios, que vamos dar 250 milhões ou 300 milhões de

euros, para depois, quando chega a hora de pôr a «massa», virem os jornais dizer que, afinal, não pagamos

nada! Poupávamo-nos a esse embaraço internacional!

O senhor é a cara do País, lá fora, e, neste momento, é uma cara bastante infeliz.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!

O Sr. André Ventura (CH): — Então, prometemos 250 milhões e vamos acabar a dar 55 milhões de

euros?!

Gostava que me explicasse se isto é verdade ou não e se, afinal, o nosso apoio vai ser desta natureza.

Quanto aos tanques e aos helicópteros, não sabemos se os helicópteros já chegaram, ou não, se estão em

manutenção ou se estão em funcionamento, não sabemos. Cá não funcionaram e o Primeiro-Ministro disse

que na Ucrânia — miraculosamente — funcionariam, mas era bom saber se já chegaram, ou não. Os tanques,

que vão chegar em março, estão verdadeiramente para chegar em março ou é mais uma jogada e um número

político do Governo nesta matéria?

É que não basta Portugal ser membro da NATO (North Atlantic Treaty Organization), Sr. Ministro, nem ser

membro da União Europeia. Não é só ir a Kiev ou às capitais europeias dizer que Portugal apoia, que tem

gosto em apoiar e que estamos do lado certo da História se, depois, quando chega o momento de ajudar

verdadeiramente, viramos a cara e é como se não estivéssemos aqui.

Era bom que explicasse se os helicópteros já chegaram, se os tanques vão chegar, ou não, e se este apoio

é verdadeiro, ou não.

E, já agora, Sr. Ministro, porque faz hoje um ano desta invasão que o Sr. Ministro condenou e que a

generalidade dos partidos políticos condenam — não pode ser de outra maneira, pois perder esta guerra na