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16 DE SETEMBRO DE 2023

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Protestos da Deputada da IL Joana Cordeiro. Sr. Ministro, aquilo que vemos, neste momento, é uma má gestão do serviço público da maior maternidade

pública do nosso País! Neste momento, o Hospital de Santa Maria e o serviço de obstetrícia e maternidade são o exemplo perfeito

dos exemplos dos Governos que querem deteriorar determinados serviços do SNS. No início desta semana, houve rescisão de contrato de mais seis obstetras. E estamos a falar de profissionais

que são dos mais necessários no Serviço Nacional de Saúde. Sabemos que outros se poderão seguir. Cada vez mais mulheres estão a ser enviadas para o privado, quando o SNS tinha as melhores valências

nesta área até há pouco tempo. O Sr. Rui Rocha (IL): — É maldade! É maldade, mesmo! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — A segurança clínica está posta em causa no Hospital de São Francisco Xavier,

e não é o Bloco de Esquerda que o diz, Sr. Ministro, é o próprio diretor de obstetrícia deste hospital. Isto é responsabilidade do Sr. Ministro.

O Bloco de Esquerda alertou, há vários meses, para as consequências — algumas delas poderão ser irreversíveis — desta opção do Governo e do Partido Socialista: saída de profissionais, incapacidade de assegurar serviços de obstetrícia, a destruição de um serviço de saúde exemplar. E tudo isto está a acontecer não apenas com a conivência do Governo, mas, acima de tudo, pela vontade do Governo do Partido Socialista.

Portanto, pergunto-lhe porque é que continua a insistir em aplicar a determinados serviços do SNS medidas iguaizinhas àquelas que a direita gostaria de estar a aplicar, neste momento.

Protestos da IL. E quando é que vai começar a agir na defesa do serviço público, que, disse agora, na sua intervenção, quer

defender? O Sr. Rui Rocha (IL): — São maldosos! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Gostava ainda de lhe falar, Sr. Ministro, sobre a questão da reorganização do

Serviço Nacional de Saúde, as chamadas unidades locais de saúde. Aquilo que nos parece sobre esta solução é que estamos perante uma jogada gestionária, na verdade,

porque está a concentrar mais recursos e é uma solução que, na verdade, nem sempre funciona nos sítios onde está implementada.

Gostava que o Sr. Ministro visse comigo aquilo que está a acontecer em ULS que já estão implementadas há vários anos.

Vamos para Bragança, por exemplo. É uma ULS há 12 anos. O problema gritante da falta de médicos de família resolveu-se? Não! A dificuldade no acesso a exames melhorou? Não! A falta de profissionais, no geral, naquela região, está sequer perto de ser resolvida? Não!

E quem fala em Bragança, Sr. Ministro, fala na Guarda, em Castelo Branco ou no Alentejo. Portalegre tem uma ULS criada em 2007; a esmagadora maioria dos médicos são tarefeiros.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Nunca foste a Portalegre! A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Ministro, no Litoral Alentejano não faltam médicos de família e não está o

serviço de radiologia concessionado aos privados? Também é uma ULS. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não foste ao Alentejo, como é que sabes?