I SÉRIE — NÚMERO 1
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O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Ministro da Saúde, Manuel Pizarro. O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me que comece por saudar
esta iniciativa da Assembleia da República, fazendo-o, naturalmente, na figura do Sr. Presidente da Assembleia da República, mas também na do Sr. Deputado Maló de Abreu, Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde. É uma iniciativa muito importante que o Parlamento ocupe a sua sessão plenária de um dia 15 de setembro para assinalar a criação e o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS. Permita-me, Sr. Deputado Maló de Abreu, que faça minhas as suas palavras de elogio à figura ímpar desse
português, desse cidadão impoluto que foi o Dr. António Arnaut, e ao impulso extraordinário que ele deu à criação e ao desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS. A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Um socialista! O Sr. Ministro da Saúde: — E, sim, que, no mesmo passo, reconheça que o progresso do Serviço Nacional
de Saúde é obra de muitos — mesmo muitos! — que fizeram parte do Partido Social Democrata, que o Sr. Deputado integra, e que naquele momento fundador votaram contra.
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Essa é que é essa! O Sr. Ministro da Saúde: — É um facto histórico! Mas tiveram ocasião… O Sr. Miguel Santos (PSD): — É sempre a mesma história! O Sr. Ministro da Saúde: — Ó Sr. Deputado, estou a tentar elogiá-los. Deixe-me lá acabar!… Protestos do Deputado do PSD Miguel Santos. Mas tiveram ocasião, depois disso, de, através de diversos membros do Governo, dar também um grande
contributo para a melhoria da saúde dos portugueses. Permita-me que evoque, a esse respeito, a grande figura de um governante que teve um papel decisivo na
consolidação dos ganhos em matéria de saúde materno-infantil, um governante de um Governo do PSD, o ilustre médico portuense Albino Aroso, a quem as mulheres, as crianças e os portugueses devem tanto, uma grande figura do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS e de Deputados do PSD. Tenho muita dificuldade em perceber porque é que tantos se dedicam tão afincadamente a apoucar os
resultados e a atividade do SNS. Não está em causa reconhecer as limitações do SNS, que existem. Não está em causa apurar cada caso em que as coisas correm menos bem, porque, de cada vez que, num sistema de saúde, as coisas correm menos bem, isso tem consequências que são muito sérias do ponto de vista da vida ou da qualidade de vida das pessoas que estão em causa.
Mas como é que se pode apoucar, como é que se pode diminuir, um serviço que, em cada dia, realiza, nos cuidados de saúde primários, 137 625 consultas médicas, 73 360 consultas de enfermagem, 50 914 consultas nos hospitais, 3023 cirurgias, 17 075 atendimentos no serviço de urgência?
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Ah, mandaram as folhas uns para os outros!