I SÉRIE — NÚMERO 1
24
A Sr.ª Joana Cordeiro (IL): — Mas não funciona! O Sr. Ministro da Saúde: — Precisamos de qualificar o nosso modelo de organização, e foi por estarmos
preocupados com essa qualificação do modelo de organização que tomámos esta iniciativa de generalizar as unidades locais de saúde a todo o País como um modelo de organização dos serviços, ao serviço das pessoas.
A ideia é, de forma virtuosa, articular os cuidados de saúde primários, que continuarão a ser o pilar essencial do SNS, com os serviços hospitalares, de maneira a facilitar a circulação dos utentes, sejam eles doentes ou não, no sistema de saúde e a rentabilizar os recursos que temos para facilitar o acesso e otimizar os resultados.
É também por isso que estamos a implementar nos serviços modelos de organização já testados e que são um caso de sucesso. É por isso que vamos generalizar a todos os cuidados de saúde primários a possibilidade de criar unidades de saúde familiar com a remuneração associada ao desempenho, algo que manifestamente aumenta o acesso das pessoas, qualifica os cuidados e aumenta a satisfação das equipas — equipas multiprofissionais, com médicos de medicina geral e familiar, com enfermeiros e com assistentes técnicos, secretários clínicos, que se auto-organizam para prestar cuidados a uma determinada população. O que vamos fazer nessa matéria é algo que vai ser decisivo para alargar o acesso dos portugueses e para permitir que se reduza progressivamente o número de portugueses que não têm, ainda hoje, acesso a uma equipa de saúde familiar.
É isso que vamos fazer também nos hospitais, porque o que queremos importar para os hospitais é também este modelo de organização de equipas multiprofissionais, generalizando os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), que já hoje funcionam em algumas especialidades cirúrgicas, em alguns hospitais, com grande sucesso e que queremos alargar a outras áreas de intervenção médica e, desde já — porque são aspetos centrais do funcionamento dos hospitais —, às equipas dedicadas da urgência, às equipas da medicina interna e a uma área que é urgente dinamizar ainda mais, a da saúde mental.
É isso que vamos fazer, com determinação e em diálogo constante com os profissionais, que são a ferramenta essencial para um SNS mais qualificado e com o melhor acesso que queremos promover.
Não deixo de estranhar o impulso reformista que alguns Deputados das bancadas localizadas mais à direita aqui nos parecem querer trazer. É que, vamos lá ver: quem é que verdadeiramente tem introduzido inovação no Serviço Nacional de Saúde?
O Sr. André Ventura (CH): — O PS! O Sr. Ministro da Saúde: — Quem criou a primeira unidade local de saúde? Um Governo do PS, através da
Ministra Maria de Belém. Vozes do CH: — Oh! O Sr. Ministro da Saúde: — Quem criou as primeiras unidades de saúde familiar? O Sr. André Ventura (CH): — A direção executiva! O Sr. Ministro da Saúde: — Um Governo do PS, pelo então Ministro Correia de Campos. Quem criou a rede de cuidados continuados? Um Governo do PS, pela mão do Ministro Correia de Campos. Protestos da Deputada da IL Joana Cordeiro. Quem garantiu que o SNS dava resposta à interrupção voluntária da gravidez (IVG), acabando com o flagelo
do aborto clandestino e com esse problema de saúde pública? Protestos do PSD, do CH, da IL e do BE. Um Governo do PS, pela mão da Ministra Ana Jorge.