I SÉRIE — NÚMERO 1
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Saúdo e agradeço a presença da Dr.ª Graça Freitas entre nós e exprimo, em nome da Assembleia da República, o agradecimento pelo trabalho que realizou.
Aplausos, de pé, do PS, do PSD, do PCP, do BE, do PAN e do L. O Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo pede a palavra para que efeito? O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, é para anunciar uma declaração de voto oral a cargo
da Deputada Patrícia Gilvaz, no fim das votações. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Ó não, pá! São quase 14 horas! O Sr. Presidente: — Fica registado, Sr. Deputado. Vamos agora proceder à análise do Projeto de Voto n.º 427/XV/1.ª (apresentado pelo PAR) — De saudação
pelos 50 anos do Movimento dos Capitães, que passo a ler: «Assinalou-se, a 9 de setembro, o 50.º aniversário da reunião que, simbolicamente, marcou a data de
nascimento do Movimento dos Capitães, que, cerca de oito meses mais tarde, viria a devolver Portugal à democracia, com a revolução de 25 de Abril de 1974. Foi em Monte Sobral, Alcáçovas, no Alentejo, que cerca de 130 oficiais das Forças Armadas se reuniram clandestinamente para debater a situação do setor militar, decidindo lançar um abaixo-assinado a enviar à Presidência do Conselho, contestando designadamente recentes alterações legislativas operadas pelo Governo ao serviço e carreira militares. A essa iniciativa, de carga simbólica e histórica incontestável no caminho para o fim da ditadura em Portugal, juntava-se já a contestação aberta de militares em serviço na Guiné e em Angola.
Estava assim dado o primeiro passo para a organização de um movimento — mais tarde rebatizado Movimento das Forças Armadas (MFA) — que, intensa e rapidamente, poria em marcha a complexa mobilização e logística que conduziria, com sucesso, à operação da noite de 24 para 25 de abril de 1974.
Fiel ao seu programa, o MFA haveria de proceder à destituição dos órgãos do Estado Novo, instalando um Governo provisório e garantindo os direitos civis e políticos, a liberdade sindical, a liberdade dos partidos, a extinção dos tribunais especiais e a independência do poder judicial, e abrindo caminho para o fim da guerra, a solução política do conflito e a independência das antigas colónias.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda intensamente os 50 anos do encontro de Alcáçovas, evoca a memória do que ali se passou e a bravura de todos quantos ousaram sonhar Portugal livre das amarras da ditadura e da Guerra Colonial, situando o nosso País na senda da democracia e do desenvolvimento.»
Vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido. Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade. Saúdo a presença de uma delegação da Direção da Associação 25 de Abril. Aplausos, de pé, do PS, do PSD, da IL, do PCP, do BE, do PAN e do L. Informo que, de acordo com o Regimento, não há declarações de voto orais sobre projetos de voto. Portanto,
peço à Iniciativa Liberal para a transformar numa declaração escrita. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Viva o Regimento! O Sr. Tiago Brandão Rodrigues (PS): — Vão ver o Regimento! O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado João Cotrim Figueiredo pede a palavra. Faça favor, Sr. Deputado.