I SÉRIE — NÚMERO 2
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Esta não é uma discussão que querem realizar com seriedade, mas nós não entramos em engodos. É que,
contrariamente aos que fazem da política uma brincadeira de recreio, nós estamos preocupados com a
governação e com o facto de o PS estar a conduzir o País ao empobrecimento.
Aplausos do PSD.
Este empobrecimento reflete-se na apropriação que o Estado tem levado a cabo, através da tributação dos
portugueses e das empresas. Portugal atingiu máximos na carga fiscal em 2022 e continua a somar uma
arrecadação da receita fiscal muito acima do esperado: mais de 2000 milhões de euros acima do esperado, só
em impostos.
Entre as promessas que fazem, assistimos à degradação dos serviços públicos. No Parlamento, os vários
setores da Administração Pública têm pedido audições nesta Casa, queixando-se dos ministros que prometem
e não cumprem ou do total esquecimento a que foram votados.
A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — São os professores, são as polícias, são os técnicos de reinserção social, são os diplomatas — até os diplomatas! São tantos os colaboradores, que acreditar que alguma coisa está a
ser feita é só mesmo para os Deputados do PS, que deixaram de escrutinar o Executivo.
Aplausos do PSD.
Os portugueses querem serviços de saúde sem filas de espera e direito a médico de família. Na escola
pública querem que os seus filhos possam progredir nos seus estudos sem a instabilidade resultante da falta de
professores. Na justiça querem celeridade na resolução dos processos e instalações dignas nos tribunais —
talvez o Sr. Primeiro-Ministro não saiba, mas há tribunais onde até chove. Querem serviços públicos abertos
para atendimento, ao contrário, por exemplo, do que acontece nos serviços de finanças, havendo serviços de
finanças em que, para que haja atendimento, ainda é preciso marcação prévia.
Sr. Primeiro-Ministro, não é só nestes serviços que os portugueses desejam mais. Eles também querem que
os seus problemas sejam resolvidos: os problemas que têm por não conseguirem suportar as prestações do
crédito à habitação — que, em pouco mais de um ano, duplicaram, em muitos casos, de valor —, ou por não
terem capacidade financeira de pagar o alojamento dos seus filhos quando estes têm de estudar fora da sua
área de residência, isto porque o Governo falhou todas as promessas da disponibilização de camas para os
estudantes.
É em face deste contexto que o País empobrece nos rendimentos e empobrece na esperança. Arriscamo-
nos a transformar o País num mero prestador de serviços a quem aqui vem gozar as suas férias, mas com
salários baixos e pouca esperança para os jovens.
Por isso, esses jovens, principalmente os mais qualificados, continuam a sair do nosso País, para ganharem
muito mais do que o que podem ganhar em Portugal — do que aquilo que podem ganhar em Portugal, enquanto
o PS estiver no Governo.
Sr. Primeiro-Ministro, o PS diz que o PSD não apresenta propostas, mas já foram tantas as apresentadas, e
todas chumbadas acriticamente pelo PS, no Parlamento.
Aplausos do PSD.
Recordo que, antes do Governo, apresentámos soluções sérias e credíveis para as dificuldades na habitação,
que o Sr. Primeiro-Ministro não conseguiu resolver em oito anos — é que o problema não começou em janeiro.
E pasme-se esta Câmara ao vermos agora que o Sr. Ministro das Finanças vem apresentar uma proposta
de reescalonamento dos juros, provavelmente semelhante, ou mesmo uma cópia daquela outra que o PSD
apresentou em fevereiro deste ano, no âmbito do seu pacote da habitação.