21 DE SETEMBRO DE 2023
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contestação do PS relativamente às medidas do PSD, também tenhamos de assistir à contestação do Chega,
da Iniciativa Liberal e, depois, da esquerda radical do Parlamento. É impressionante! Estamos sozinhos a
defender os portugueses neste Plenário.
Aplausos do PSD.
O que fez o PS? Diz que isto é tema para o Orçamento do Estado e demite-se da discussão. Até no início
deste debate, andava apenas a fazer perguntas, o que suscitou, da nossa parte, a questão de saber se
verdadeiramente tinham compreendido as propostas que estavam em discussão. Mas, se tiverem dúvidas, nós
estamos disponíveis para explicar. Perguntem e nós explicamos uma vez, duas vezes, três vezes, até que
percebam e decidam aprovar as medidas do PSD que defendem os rendimentos dos portugueses.
Aplausos do PSD.
Por isso, os senhores vão ter mesmo de hoje votar, aqui, a redução de 1200 milhões de euros de IRS,
em 2023.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não vamos, não!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Repito, em 2023!
É que isto não é tema para o Orçamento do Estado e não aceitamos a vossa desculpa do Orçamento do
Estado. Não é o Governo que define qual é o calendário do Parlamento…
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — É a Constituição!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — … e nós não aceitamos que venham com a desculpa dos cavaleiros
orçamentais que gostam de meter no Orçamento, para fugirem deste debate, que foi aquilo que andaram a
fazer, ao ponto de dizerem que o PSD tinha votado contra o Programa de Estabilidade.
Sr.ª Deputada Jamila Madeira, o Programa de Estabilidade não é votado pelo Parlamento.
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Foi votado!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Ao menos devia conhecer essa regra, que é uma regra básica do
Parlamento e que resulta da lei.
Aplausos do PSD.
Se o PS votar contra as propostas do PSD, quem sofre? Esta é a questão. Quem sofre, se a maioria
parlamentar votar contra as propostas do PSD? São os portugueses, é a classe média, são as famílias, são as
empresas — são esses que sofrem, depois de uma carga fiscal máxima em 2022, que atingiu esses máximos
históricos que todos conhecemos. As famílias já não sabem como suportar o aumento do custo de vida.
O que deveria fazer o Governo? Deveria promover uma política de redistribuição justa, incentivar o
funcionamento do elevador social, mas não o faz. Pelo caminho, degradam-se os serviços públicos, mesmo
com essa carga fiscal máxima. E o Governo diz que ajuda, que dá, mas «dá com uma mão e tira com a outra».
É sucessivamente a mesma história.
Aplausos do PSD.
Vejam o que aconteceu com a não atualização dos escalões de IRS em 2022, com base na inflação: diz o
Conselho das Finanças Públicas que o Estado se apropriou de 523 milhões de euros, ou seja, beneficiou o
Orçamento em 523 milhões de euros. À custa de quem? Dos portugueses, das famílias, de quem tem
rendimentos que são tributados no âmbito do IRS.