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29 DE SETEMBRO DE 2023

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Ora, o PSD teme que a redução de canais legítimos de venda de tabaco em zonas onde esses canais já são especialmente escassos, como acontece nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores,…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — E o PAN está de acordo?! O Sr. Rui Cristina (PSD): — … e mesmo em regiões do interior de Portugal continental, possa levar ao

indesejável desenvolvimento do comércio ilícito desses produtos, que é o mesmo que dizer ao aumento do contrabando.

E esse comércio ilícito comporta um inaceitável aumento de riscos para a saúde humana, já para não referir o seu impacto negativo para o País, tanto a nível económico como a nível social.

Neste contexto, vale a pena lembrar que, ainda recentemente, a Sr.ª Secretária de Estado da Promoção da Saúde afirmou que, e cito, «não queremos proibir as pessoas de ter acesso ao tabaco». Veremos se o Governo honrará, desta vez, a promessa dada.

Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o PSD não está, naturalmente, contra a redução do consumo de tabaco, mas perguntamos: é sério um Governo aprovar medidas que limitam draconianamente os pontos de venda dos produtos de tabaco, sem assegurar aos fumadores o acesso rápido a consultas e tratamentos de cessação tabágica?

Como é possível o Governo não fazer acompanhar uma legislação tão restritiva como esta com medidas concretas, efetivas e mensuradas de apoio às pessoas que fumam e querem deixar de fumar?

Ainda recentemente, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) considerou que os programas prioritários da DGS (Direção-Geral da Saúde) para a prevenção e promoção de hábitos de vida saudáveis não recebem financiamento suficiente.

A este respeito, vale finalmente a pena lembrar que o PSD apresentou, em junho passado, uma iniciativa propondo o reforço da afetação da receita tributária à promoção da saúde e à prevenção da doença, a elas consignando 3 % do produto do imposto sobre o tabaco, uma proposta que não comportava quaisquer custos adicionais, mas que poderia representar uns 100 milhões de euros por ano para as referidas áreas. O Partido Socialista chumbou esta iniciativa simplesmente porque sim.

O PSD, ao contrário do Partido Socialista, não faz política de terra queimada. Vozes do PSD: — Muito bem! Protestos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos. O Sr. Rui Cristina (PSD): — E, por isso, discutiremos esta proposta em sede de especialidade,

promoveremos a audição das entidades cujos contributos considerarmos úteis e decidiremos, no fim deste processo, qual a opção final que melhor e mais adequadamente serve os interesses dos portugueses, a começar, sempre, sempre, por todos os que querem deixar de fumar.

Aplausos do PSD. O Sr. Pedro do Carmo (PS): — Este PSD é igual ao PSD Madeira! A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias, do

Grupo Parlamentar do PCP. Faça favor. O Sr. João Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Discutimos hoje a

transposição para a legislação nacional da Diretiva Delegada (UE) 2022/2100 e pretende o Governo reforçar as normas tendentes à prevenção e ao controlo do tabagismo.

Muito mais do que essa transposição a que estamos obrigados por imposição da União Europeia, no essencial, o que hoje discutimos são, uma vez mais, alterações à lei do tabaco, a Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto. É já a quarta alteração, se vier a ser concretizada.