I SÉRIE — NÚMERO 7
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fazer o que ainda não foi feito, quer proibir os portugueses e tratar os fumadores como crianças ou como mentecaptos. Esta é a verdade da proposta que aqui se apresenta.
O Sr. Paulo Marques (PS): — Essa é só a sua opinião. O Sr. André Ventura (CH): — Não é a minha opinião, é o que deriva da proposta de lei que o Governo faz. Pergunto-lhe, Sr.ª Deputada, se sabe quantos medicamentos comparticipados para deixar de fumar há em
Portugal. Pausa. Zero! No momento em que estamos, há medicamentos para deixar de fumar em Portugal cuja embalagem custa
mais de 100 €, e já nenhum é comparticipado por este Ministro da Saúde. Nenhum! E querem proibir os portugueses de fumar!
Ou seja: não se pode fumar em espaços de diversão; não pode haver máquinas de venda em espaços de diversão; há cafés únicos numa aldeia que vão deixar de ter pontos de venda, mas o que é importante é dizer que vão deixar de ter esses pontos de venda. E eu queria perguntar-lhe, Sr.ª Deputada, o que é que vai acontecer quando, nas aldeias, deixar de haver um ponto de venda de tabaco.
O que é que vai acontecer quando, em algumas vilas de Portugal, os dois únicos pontos autorizados de venda de tabaco cessarem? Sabe o que é que vai acontecer? Todos sabemos, mas ninguém o quer dizer. Vai passar a haver uma onda brutal de contrabando em Portugal!
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Verdade! O Sr. André Ventura (CH): — E é o PS que está a promover essa onda de contrabando! Por isso, aqui chegados, olhamos e perguntamos: quanto tempo demora, em Portugal, para se conseguir
uma consulta médica para procurar reduzir a dependência do tabaco? Meses! Em alguns distritos do País, anos! Quantos medicamentos são comparticipados? Zero! E qual é a solução? Proibir, proibir, proibir e multar. A mesma lógica que tem funcionado sempre: caça à
multa; caça ao saco do dinheiro dos portugueses, tratá-los como mentecaptos, tratá-los como criminosos, tratá-los como crianças, a eles todos. É isto que o PS sabe fazer melhor.
Aplausos do CH. Vou terminar, Sr.ª Presidente, pois sei que o meu tempo já terminou. Apesar de estar a questionar a Sr.ª Deputada, que ainda tem tempo, não queria deixar de dizer que, ainda
mais do que a sua intervenção e a intervenção do Governo, entristeceu-me a intervenção do PSD. Vozes do PS: — Oh!... O Sr. André Ventura (CH): — E vou dizer-lhe porquê. É que, depois de tanta conversa e de tanto ataque,
não percebemos como é que o PSD vai votar! Não percebemos se vai dar a mão ao PS, mais uma vez, ou se vai votar contra a lei.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Vai abster-se! A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado. O Sr. André Ventura (CH): — E acho que quem está em casa já está um bocadinho farto deste: somos
contra, somos contra, somos contra! Como é que votamos? Votamos a favor.