30 DE SETEMBRO DE 2023
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E é por isso que vamos devolver as propinas, vamos alargar o IRS Jovem para IRS zero no primeiro ano e
vamos garantir transportes públicos gratuitos para todos os estudantes até aos 23 anos.
Aplausos do PS.
É importante darmos continuidade a este caminho e é isso que fazemos com este projeto de resolução,
excluindo estes rendimentos no benefício da ADSE, olhando para os apoios ao primeiro emprego, para os
estágios, para os apoios à contratação e o IRS Jovem, assegurando que quem trabalha, enquanto estudante,
não gasta o «cartucho» do apoio do Estado.
E o mesmo se aplica a quem esteja a recibos verdes — sim! —, que não tem de contribuir no primeiro ano
de descontos e que, por isso mesmo, deve poder adiar essa isenção contributiva para uma altura em que ganhe
mais. Seja com que vínculo for, não devem perder as suas bolsas de ensino superior.
O que nós recusamos, Sr.as e Srs. Deputados, é normalizar os falsos recibos verdes, tão comuns na nossa
geração. Não permitiremos que os jovens sejam empurrados para fora do sistema de proteção social com aquilo
que alguns vêm aqui propor: uma isenção contributiva, que é, na verdade, uma cenoura envenenada.
Protestos do Deputado do CH Bruno Nunes.
Hoje, estamos aqui, com a nossa própria iniciativa, com trabalho feito e trabalho a fazer, mas com a mesma
causa de sempre: o trabalho digno, também, para o trabalhador-estudante.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — O Sr. Deputado Miguel Costa Matos tem dois pedidos de esclarecimento, um do Sr. Deputado Alexandre Poço, do PSD, e outro da Sr.ª Deputada Rita Matias, do Chega.
V. Ex.ª como quer responder?
O Sr. Miguel Matos (PS): — Em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Em conjunto, assim será. Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Poço.
O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, cumprimento novamente as Sr.as Deputadas e os Srs. Deputados.
A pergunta que temos para fazer ao Sr. Deputado Miguel Matos é se, perante um problema concreto que
diferentes bancadas identificaram — mais, o próprio Partido Socialista também o identificou no seu projeto de
resolução —, o Sr. Deputado não se sente um pouco embaraçado por aquilo que, provavelmente, vai acontecer
daqui a pouco, que é o Partido Socialista chumbar estas iniciativas para fazer aprovar o seu projeto de resolução.
Aliás, posso dizer-lhe, desde já, que o PSD vai votar a favor do projeto de resolução do Partido Socialista.
Mas aquilo que nos faz confusão é, perante um problema concreto, com uma resolução à vista de todos, com
diferentes bancadas que avançam com essa solução, não conseguirmos perceber o que é que fará o Partido
Socialista.
Portanto, ou o Sr. Deputado, provavelmente, se sente embaraçado, porque não consegue garantir a
resolução de um problema real que, da tribuna, descreveu como lesivo para os trabalhadores-estudantes — e,
depois, na fase da especialidade, se o Sr. Deputado não concordasse com uma ou outra questão de um dos
projetos de lei que aqui hoje estão a debate até poderíamos exprimir as nossas opiniões —, ou, então, o Sr.
Deputado, se votar contra os projetos de lei do PSD, da Iniciativa Liberal e do PAN, e não sei como é que irá
votar hoje, não estará a aproveitar uma oportunidade de resolver um problema para os jovens trabalhadores-
estudantes liberais. E o que é que faz? Demite-se do seu papel de legislador, demite-se do seu papel e quase
que fecha o Parlamento para dizer: não, nós fazemos uma resolução e o Governo resolva quando quiser.
Sr. Deputado, podemos resolver isto hoje, com consenso democrático.