12 DE OUTUBRO DE 2023
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O Sr. João Moura (PSD): — É verdade! A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — … enquanto as pessoas esperam e desesperam porque as suas vidas
não andam e não são resolvidas. O Sr. João Moura (PSD): — Muito bem! A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Temos famílias separadas, famílias em situações extremamente
precárias, até pela ilegalidade, porque os seus processos não são resolvidos, quer seja para serem deferidas ou indeferidas as suas autorizações de residência. Aguardar uma resposta é o desespero absoluto de não saber com o que contar.
Temos cidadãos que entram em Portugal e não podem sair para outro espaço da União Europeia, mesmo com oportunidades de trabalho, porque a sua situação não é resolvida — não conseguem uma marcação.
E porque lamentamos que, durante o tempo em que esteve com a geringonça, o PCP tenha acabado por ser cúmplice desta degradação dos serviços públicos, o que gostávamos, Sr.ª Deputada — e era esta a pergunta que lhe queria deixar —, era que, agora, estivessem ao lado do PSD para que, realmente, este estado de coisas tenha um fim.
O Sr. João Moura (PSD): — Muito bem! Protestos dos Deputados do PCP Duarte Alves e Paula Santos. A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Deixemo-nos de proclamações. Para pormos este Governo e o Partido
Socialista a trabalhar — não só a dizer, mas a trabalhar, porque é disso que estes milhares e milhares de pessoas precisam, de respostas, de trabalho e de soluções —, podemos agora contar com o PCP, finalmente?
Aplausos do PSD. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para formular um pedido de esclarecimento pelo Grupo Parlamentar do
Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares. O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Alma Rivera, queria cumprimentá-la pela
intervenção que fez. Não coincidimos, em absoluto, na análise histórica ou, até, nas raízes de alguns dos problemas.
Independentemente do processo de extinção do SEF, este já tinha vários problemas e muitíssimos atrasos na resposta a pedidos de autorização de residência, de reagrupamento familiar, etc., e, por isso, não me parece que seja determinante o processo de extinção do SEF para o problema que atualmente existe. O que é determinante é a falta de vontade política para resolver este problema.
Porque, sim, é verdade, a extinção do SEF dura há demasiado tempo. A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Há três anos! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Dura há demasiado tempo na incerteza sobre os seus profissionais e,
até, na falta de motivação dos profissionais. Era a pior forma de fazer uma transição que poderia ter sido escolhida, mas foi a forma que o Governo adotou.
No entanto, neste momento, ainda não sabemos em que data concreta irá a nova agência portuguesa para as migrações e asilo começar a funcionar e este calvário de transição ficar terminado. O que já sabemos é que, quando a nova Agência entrar em funcionamento, já terá falta de pessoas para responder aos atrasos, inúmeros, que existem.
Dado que vamos ter um novo modelo, a preocupação principal deveria ser a de dotá-lo dos recursos necessários para resolver os problemas que já conhecíamos, que já existiam, porque é assim que se faz: