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I SÉRIE — NÚMERO 11

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Não se sabe que reforço acontecerá, de facto, nos serviços assoberbados, em prejuízo dos seus trabalhadores, que lidam todos os dias com a frustração de não conseguirem responder às solicitações.

Srs. Deputados, fazemos um apelo sério para que se olhe para este problema com a atenção que ele merece, para que o Governo utilize os meios que tem ao seu dispor — porque tem-nos ao seu dispor! — para pôr fim a este autêntico desastre.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Adão Silva. O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir. A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Para terminar, Sr. Presidente, Srs. Deputados, os trabalhadores estrangeiros,

como bem sabemos, têm remunerações médias mais baixas do que os trabalhadores portugueses, maior risco de pobreza e de exclusão social, pior habitação e mais sobrelotada, menos acesso à saúde e aos direitos em geral; são, tantas vezes, vítimas de xenofobia e de racismo, vítimas de aproveitamento para todos os tipos de exploração e até das chamadas «máfias das senhas» ou das redes de tráfego de seres humanos, que aproveitam a fragilidade do sistema.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Estado português não deve apenas proclamar a sua visão humanista, praticá-la, com meios, com investimento em serviços públicos capazes. O Estado deve fazer o que está ao seu alcance para promover uma verdadeira integração, e isso passa por acabar com o desrespeito, a humilhação e o absurdo destes processos, que apenas vulnerabilizam cidadãos que muito contribuem para o nosso País, e por garantir os seus direitos.

Aplausos do PCP. O Sr. Presidente (Adão Silva): — A Sr.ª Deputada tem três pedidos de esclarecimento. Como pretende

responder? Pausa. O Chega atrasou-se e, afinal, não são três, são quatro pedidos de esclarecimento. Como é que a Sr.ª Deputada Alma Rivera pretende responder? A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Dois a dois, Sr. Presidente. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Assim será, Sr.ª Deputada. Nesse caso, avançamos já com o pedido de esclarecimento do Grupo Parlamentar do PSD e, para o formular,

tem a palavra a Sr.ª Deputada Emília Cerqueira. A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, quero saudar a Sr.ª Deputada Alma Rivera

e o Grupo Parlamentar do Partido Comunista por trazerem este assunto às declarações políticas. Permita-me apenas dizer, Sr.ª Deputada, que, em vez de imigrações, o tema deveria ser o caos nos serviços

de migrações, porque é mais um dos caos a que o Governo do Partido Socialista nos habituou em tudo o que é Administração Pública, e as migrações e asilo não são exceção.

Portanto, só tenho pena que não tenha sido esse o título, porque corresponderia melhor à situação dos tais milhares e milhares de pessoas que têm a sua vida em suspenso.

De facto, tem razão. Discutimos isto, há muito pouco tempo, na 1.ª Comissão, onde o PSD acompanhou as preocupações que o Partido Comunista trouxe, neste assunto em particular, e há algo que nos preocupa imenso: esta terra de ninguém, em que vivemos há três anos, entre a extinção do SEF e a constituição da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo.

E porque estamos, de facto, em terra de ninguém, o PS vai-se escudando com «o Ministro não é competente», «a Agência ainda não funciona» ou «o SEF não está extinto, mas também já não tem missão», e andamos aqui neste passa-culpas, de uns para os outros,…