I SÉRIE — NÚMERO 11
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aprende-se com os erros para não os repetir. Mas não, estão a repetir-se todos, exatamente da mesma forma! Parece uma cartilha, um guião.
«Qual é o guião do desastre? É este?! Então, é este que vamos seguir!» — não faz sentido! Por isso, pergunto-lhe se o problema é de lei, embora não nos pareça que o problema seja esse. Sendo que
há sempre melhorias que se podem fazer às leis, não nos parece que, neste momento, o problema seja de lei, parece-nos um problema de vontade política.
O problema começa na falta de vontade política para tocar no excedente orçamental — diz-se que os imigrantes são muito importantes para ajudar a crescer a economia, para fazer crescer os cofres da Segurança Social, mas depois não se lhes dá os direitos que eles deveriam ter e agudiza-se a sua fragilidade — e, por outro lado, na falta de uma política para os imigrantes capaz de ser verdadeiramente inclusiva, que era o que seria necessário.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Obrigado, Sr. Deputado. O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino, Sr. Presidente. Ou seja, não os deixar fragilizados, à mercê de um qualquer interesse económico, que, muitas vezes,
infelizmente, até é atentatório dos direitos humanos. Creio que essa é a preocupação que qualquer democrata e qualquer pessoa defensora dos direitos humanos
deveria ter neste processo. Aplausos do BE. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para responder aos dois pedidos de esclarecimento, tem a palavra a
Sr.ª Deputada Alma Rivera. A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Sr. Presidente, quero agradecer, desde logo, as questões colocadas pela Sr.ª
Deputada Emília Cerqueira e pelo Sr. Deputado Pedro Filipe Soares. Começo por dizer que, de facto, os problemas do SEF não são novos, nem são resultado, apenas, dos
últimos três anos. Mas a verdade é que um serviço cuja extinção é anunciada sem o envolvimento dos respetivos trabalhadores, das respetivas secções, e que, depois, passa por um período de indefinição deste calibre não pode funcionar bem. De facto, não está a funcionar bem e temos, inclusivamente, desabafos de pessoas que sempre se queixaram do SEF e agora até dizem que «se era para isto, mais valia deixar como estava».
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Exatamente! A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Nós entendemos que não era melhor deixar como estava e que era preciso
fazer melhorias, porque a falta de resposta dos serviços públicos, infelizmente, não é nova, nem é uma invenção do Governo do Partido Socialista. Bem sabemos que a herdamos dos diversos partidos que nos têm governado — o PSD, com o CDS, e o PS — em alternância.
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Não, não! A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Portanto, a falta de resposta nestes serviços, como em muitos outros na
Administração Pública, como bem referiu, é, digamos assim, uma obra partilhada entre o PS e o PSD. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem! O Sr. Duarte Alves (PCP): — Exatamente! Protestos dos Deputados do PSD Emília Cerqueira e João Moura. Já se esqueceram do que fizeram!