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I SÉRIE — NÚMERO 12

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porque estamos a falar de profissionais de saúde e todos percebemos já que a realidade destes profissionais é

grave, neste momento, e que, portanto, precisamos de avançar.

Sr.ª Deputada, a quantidade de vezes que já ouvimos, em debates sobre profissões de desgaste rápido, que

o grupo de trabalho está a trabalhar… Aliás, por magia, nos dias em que discutimos algumas propostas, o grupo

de trabalho, coincidentemente, está, exatamente neste dia, a trabalhar!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Aí é que ele trabalha!

Protestos do PSD e contraprotestos de Deputados do PS.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — O problema é que andamos há anos nesta Assembleia da República à espera

de resultados, de saber o que é que este grupo de trabalho está a discutir, o que é que está a fazer, o que é que

está a estudar. Ninguém, nesta Assembleia da República, sabe.

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — É em dezembro!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Portanto, andamos há anos, há vários anos, nesta situação e já era hora de o

Partido Socialista,…

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — É no fim do ano!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … quando discutimos desgaste rápido, começar a ter uma atitude diferente, até

por respeito aos vários profissionais que vêm a esta Assembleia da República fazer estes pedidos e lançar estes

alertas sobre as suas profissões.

Porque — e termino, Sr. Presidente — aquilo que fica também desta intervenção do Partido Socialista é que

os profissionais de saúde continuam a não ter uma única palavra para a recuperação da sua carreira e,

nomeadamente, para verem os seus direitos salvaguardados.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — O relatório é em dezembro!

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção, dou a palavra ao Sr. Deputado Rui Tavares, do

Livre.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta petição, as suas 31 000 assinaturas e o seu

primeiro peticionário, Eduardo Bernardino, vêm dizer-nos uma coisa, que acho que é de consenso na sociedade

portuguesa, que é que os enfermeiros e as enfermeiras são profissionais de saúde de primeira linha que, há

muitos anos, são coluna vertebral do Serviço Nacional de Saúde.

Já antes de haver Serviço Nacional de Saúde, eram uma profissão que prestava os primeiros cuidados e os

mais importantes à nossa população e, desde esse tempo, não são tão respeitados quanto deveriam ser.

Para não irmos ao tempo em que enfermeiras não tinham direito sequer à liberdade de se poderem casar,

por exemplo — foi proibido, em tempos, que o pudessem fazer —,…

Protestos de Deputados do PS.

… agora o que temos é uma profissão que trabalha demasiadas horas, que tem um serviço que é

desgastante, que é muito pouco remunerada para o serviço que presta, mesmo quando faz especializações que

paga do seu bolso — e que não são formações, como deveriam ser, dadas pelo Estado, porque a todos nós

interessam —, e que, mesmo no topo da sua carreira, nomeadamente no SNS, ganham menos do que aquilo

que, muitas vezes, os privados podem oferecer ou os serviços estrangeiros, que oferecem várias vezes o que

se ganha em Portugal.