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I SÉRIE — NÚMERO 13

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O Bloco de Esquerda propõe, com este projeto, o aumento do salário mínimo para os 900 € em janeiro

de 2024, a atualização do salário mínimo nacional ao longo do ano de 2024 e um processo negocial com os

sindicatos da Administração Pública e do setor empresarial do Estado que garanta o respeito pelas carreiras.

A este aumento do salário mínimo tem, obviamente, de estar associada a revisão dos contratos dos

organismos públicos com empresas externas, para responderem e serem atualizados, também, em função do

aumento do próprio salário.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Lina Lopes.

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Hoje são apresentadas, nesta Câmara,

três iniciativas que têm como proposta aumentar o salário mínimo nacional.

O PCP apresenta uma iniciativa intitulada «Aumento do salário mínimo nacional» e tem como proposta

recomendar ao Governo que o salário mínimo nacional passe para 910 €, a 1 de janeiro de 2024, e para 1000 €,

durante o ano de 2024.

Sr. Deputado Alfredo Maia, pelo segundo ano consecutivo, o Sr. Deputado vem propor um aumento de 90 €

face ao valor do salário mínimo nacional, aprovado em concertação social. No ano passado, queria que o valor

passasse de 760 € para 850 € e, este ano, quer que passe de 820 € para 910 €, e ainda propõe um adicional

de mais 90 € durante o ano de 2024, passando para 1000 €.

É caso para lhe perguntar: o PCP tem algum fetiche com o número 90?

Protestos da Deputada do PCP Paula Santos.

Aliás, esta fixação no 90 até me permite dizer qual vai ser a proposta do PCP para o ano que vem: vai ser o

salário mínimo, decidido em concertação social, mais os 90 € do PCP.

A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Exato!

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Agora começo a perceber porque é que a CGTP (Confederação Geral dos

Trabalhadores Portugueses), a central sindical que o PCP tanto preza e apoia, nunca aprova o salário mínimo

nacional: é porque faltam os 90 € do PCP.

A proposta do PCP não se baseia em nenhum estudo, não considera a inflação, não olha ao custo de vida,

não olha a nenhum indicador económico.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Olha, olha!

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — É tão-só o reflexo pavloviano: tu dizes x e eu digo x mais 90.

É, de facto, uma maneira muito hábil de evitar todo e qualquer acordo ou compromisso. O PCP está sempre

à distância higiénica de 90 € de qualquer valor proposto. Já agora, porque é que não pedem logo 1000 € para 1

de janeiro? Porque é que é só durante o ano? Peçam logo 1000 €.

Sr. Deputado, acredito que o seu grupo parlamentar tem conhecimento da existência de uma norma-travão

que proíbe os Deputados, ou os grupos parlamentares, de apresentar propostas de alteração a leis que

envolvem um desequilíbrio negativo do Orçamento do Estado, através de um aumento de despesa ou diminuição

das receitas orçamentadas.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — A sério?!

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — A ser assim, Sr. Deputado, não devemos enganar os portugueses, propondo

algo que já sabemos que não é permitido por lei.