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14 DE OUTUBRO DE 2023

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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não, não! A nossa entrou primeiro!

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — Em relação à iniciativa proposta pelo Bloco de Esquerda, pelo Sr. Deputado

José Soeiro, também reitero as palavras de justiça ao PCP.

O projeto de resolução que hoje apresentam é idêntico ao projeto de resolução apresentado no ano passado,

e o Sr. Deputado José Soeiro não o leu, porque desta vez, ao contrário do ano passado, retiram que, devido a

essa norma-travão, já não se pode aumentar o salário mínimo durante o ano, e apenas pedem 900 €. Devia ter

lido o seu projeto de lei porque retiraram esse ponto, em comparação com o projeto de lei que tinham no ano

passado.

Agora, quanto ao projeto de lei do Chega — pasmem-se todos! —, o valor é completamente igual, são 900 €.

Os opostos, aqui, atraem-se. Só que no caso do salário mínimo nacional, vocês pedem para o privado, eles

pedem para a Administração Pública,…

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Vocês?! Não andámos juntos na escola! Não é «vocês»!

A Sr.ª Lina Lopes (PSD): — «Srs. Deputados», e peço desculpa, mas às vezes o Sr. Deputado utiliza a

mesma linguagem…

Protestos do Deputado do CH Pedro dos Santos Frazão.

Perguntamos se o Chega e o Bloco de Esquerda consideram que existem trabalhadores de primeira e de

segunda, isto porque têm aqui uma diferença entre privado e público.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, para o PSD todos os trabalhadores merecem o mesmo respeito,

sejam eles do público, sejam do privado. Portugal é feito com todos, não pode existir discriminação, tendo em

conta, como sabem, o artigo 21.º da Constituição portuguesa.

Por fim, tal como fiz ao PCP, pergunto o seguinte: em que estudos se basearam o Chega e o Bloco de

Esquerda para apresentarem e chegarem a um valor de 900 €? Na verdade, já vimos, aqui, três valores: 900 €,

910 € e 1000 €. Temos de decidir! Como é que chegam a estes valores?

Por fim, como sempre dissemos, no PSD, é em concertação social e em negociação coletiva que estes

valores têm de ser decididos, e é pelos trabalhadores que aqui estamos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Ana Paula Bernardo.

A Sr.ª Ana Bernardo (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As iniciativas apresentadas hoje têm o

mérito de nos convocar para uma discussão nesta sede em torno de matérias centrais para os trabalhadores e

para o País, como a questão do aumento do salário mínimo e do aumento dos salários e rendimentos em geral.

Importa lembrar que a melhoria dos rendimentos dos portugueses foi uma prioridade assumida, desde a

primeira hora, pela governação socialista, numa marca claramente distintiva de momentos anteriores, marcados

por cortes de salários, cortes de pensões e de rendimentos. Rompemos, de facto, com a trajetória de

empobrecimento do passado e o aumento do salário mínimo foi apenas uma das muitas vertentes desta

estratégia de valorização dos rendimentos.

Relembro que esta opção foi inclusivamente criticada por alguns dos presentes neste mesmo Hemiciclo, mas

registo, também, a evolução que têm vindo a fazer em relação, inclusive, a momentos não muito distantes. Com

efeito, ainda no final de 2021, alguns afirmavam que o aumento do salário mínimo apontado então pelo Governo

— para 705 €, em 2022 — seria um desastre em termos de emprego e de economia. Não é verdade, ainda bem.

Defendiam, até, um aumento substancialmente inferior. Felizmente, hoje afirmam que temos de arriscar com

uma política salarial para valorizar quem trabalha na Administração Pública e nas empresas.

Vozes do PS: — Muito bem!