I SÉRIE — NÚMERO 13
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Os médicos portugueses, que são fonte inesgotável de profissionalismo, de conhecimento e de inovação,
estão na vanguarda da investigação, dos tratamentos inovadores e no grande contributo para a evolução do
sistema de saúde, mas o Partido Socialista deixa-os fugir, todos os dias, do SNS.
Sr.as e Srs. Deputados, não ignorem, por favor, o que se passa. O Serviço Nacional de Saúde vive hoje um
dos momentos mais inglórios da sua história e está comprometido um direito constitucional dos portugueses.
Tal como deixa os doentes na sala de espera, o Governo resolveu agora deixar também os médicos na sala de
espera.
É preciso dizer a verdade: o último acordo com o Governo é de 2012. Os médicos, os heróis esquecidos da
pandemia, ganham, sim, o mesmo há 11 anos e o sistema não pode viver, constantemente, do seu limite de
esforço adicional.
Este momento, Sr.as e Srs. Deputados, convoca-nos a todos a refletir, pelo que apelo ao Governo e ao Partido
Socialista para uma negociação séria e uma resposta com prontidão. Estão comprometidos o acesso, a
qualidade e a segurança dos doentes, e, infelizmente, quando assim é acontecem tragédias que todos temos
de evitar.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Pedro Melo Lopes (PSD): — Sr. Presidente, vou concluir.
Os médicos cansaram-se, e bem, de ver o Governo derreter dinheiro na TAP (Transportes Aéreos
Portugueses), nos bancos e na Efacec em vez de investir no acesso à saúde, na educação, na produtividade e
na coesão social para construir uma sociedade mais forte, mais saudável e mais resiliente.
Por isso, Sr.as e Srs. Deputados, valorizar a carreira dos médicos é investir no Serviço Nacional de Saúde, e
investir no Serviço Nacional de Saúde é investir no nosso futuro. Haja vontade política!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Livre, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Peticionários desta petição que
teve mais de 15 000 assinaturas e que nos alerta para um problema muitíssimo importante, que é, no fundo, a
falta de condições que têm os médicos de família para poderem seguir a sua vocação em Portugal e podermos
ter mais gente na primeira linha de apoio aos utentes do Serviço Nacional de Saúde.
Não é à toa que os concursos para médico de família ficam, neste momento, sistematicamente vazios ou
muito aquém do número de médicos de família que deveríamos conseguir recrutar. Não é porque haja pouca
gente com vocação para serem médicos de família, não é porque haja pouca gente que queira dedicar tempo
aos seus pacientes, é, precisamente, pelo contrário. Trata-se de uma carreira que está muito sobrecarregada,
com horários que são muito difíceis e, portanto, os médicos não conseguem dar tudo aquilo que gostariam de
poder dar aos pacientes.
Temos de conseguir fazer muito melhor, temos de conseguir ter horários muito mais flexíveis e adaptados à
vida que os médicos e as médicas também têm, em casa, com os seus filhos, com as suas famílias — o tempo
que também têm de ter —, mas, infelizmente, estamos muito aquém.
O Livre acompanhará os projetos de resolução que foram apresentados e não inviabilizará nenhuma iniciativa
que aqui se apresenta, para tentar fazer avançar o debate e tentar resolver este problema.
O Sr. Presidente: — Assim terminamos o ponto quatro da ordem do dia.
Vamos proceder às votações.
Peço aos serviços o favor de abrirem o período de verificação de quórum e às Sr.as e Srs. Deputados o favor
de se registarem.
Pausa.
Pergunto se alguém não conseguiu registar-se eletronicamente.