I SÉRIE — NÚMERO 16
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A Sr.ª Rita Matias (CH): — Isso é machismo!
O Sr. Francisco Dinis (PS): — Vamos então discutir o assunto que temos em debate. Temos em debate
dois diplomas que trazem uma transformação profunda e decisiva para a melhoria do desporto em Portugal.
Depois de outros que vieram a esta Casa e que, como temos constatado, têm sido capazes de fazer a diferença
numa melhoria significativa, temos em discussão dois diplomas de igual relevância.
O primeiro é relativo ao regime jurídico da integridade do desporto e do combate aos comportamentos
antidesportivos. Todos conhecemos a realidade, uns melhor do que outros, mas a verdade é que existe uma
noção, nem que seja por acontecimentos do passado, da necessidade de agir neste âmbito. Há que afirmar,
sem hesitar e com firmeza, que não há espaço para a corrupção, e esta proposta responde à defesa dos
princípios da ética e da verdade desportiva.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem.
Aplausos do Deputado do PS Pompeu Martins.
O Sr. Francisco Dinis (PS): — Olhemos, por exemplo, para a criação da plataforma nacional para o
tratamento da manipulação das competições desportivas, um mecanismo que responde às ameaças que pairam
sobre o desporto português, ou ainda para a criação do Conselho Nacional para a Integridade no Desporto, que
terá um papel fundamental para assegurar a integridade do meio.
Depois, por outro lado, há um segundo diploma, como já foi referido pelo Sr. Secretário de Estado, um
diploma que vem com medidas de apoio aos praticantes desportivos olímpicos, paralímpicos e de alto
rendimento após o termo da sua carreira.
Todos, sem exceção, temos grande consideração pela dedicação e sacrifício que estes praticantes realizam
ao longo das suas carreiras; também concordamos na dificuldade de conciliar os regimes intensivos de treinos
e competições com as funções profissionais; por fim, também reconhecemos a importância que têm na imagem
do nosso País, e tantas seriam as referências positivas que poderíamos dar. Por isso, é imperativo continuar a
apoiar as suas carreiras, assim como responder aos efeitos do término das mesmas, com a garantia de uma
melhor adaptação e de um melhor acesso ao mercado de trabalho, com vários apoios e benefícios, como o
sistema de cotas de emprego público. São de saudar as medidas aqui apresentadas hoje.
Sr.as e Srs. Deputados, não podemos esperar mais e temos duas propostas trazidas pelo Governo que dão
uma resposta fortíssima do Estado às necessidades: por um lado, o maior avanço, já feito, no combate à
manipulação da corrupção desportiva; por outro, de forma justa, ao lado dos atletas portugueses.
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Adão Silva.
O Sr. Presidente: — Quero cumprimentar a Sr.ª Ministra, o Sr. Secretário de Estado, as Sr.as e os Srs.
Deputados. Dou também uma palavra de saudação às pessoas que estão hoje presentes nas galerias e, se me
permitem, especialmente aos jovens alunos e aos seus professores. São todos muito bem-vindos.
Prosseguindo os trabalhos, dou agora a palavra ao Grupo Parlamentar do PSD e à Sr.ª Deputada Cristiana
Ferreira.
A Sr.ª Cristiana Ferreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr. Secretário do Estado: Cinjo-me a um
dos temas hoje em debate e às medidas de apoio aos praticantes desportivos olímpicos, paralímpicos e de alto
rendimento após o termo da carreira desportiva.
Mais uma vez, Sr. Secretário de Estado, o Governo não junta quaisquer estudos, documentos ou pareceres
que tenham fundamentado a apresentação da proposta de lei, o que, de resto, tem sido uma má prática. Mas a
criação de instrumentos que garantam, de facto, um conjunto de condições favoráveis aos atletas olímpicos,