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I SÉRIE — NÚMERO 16

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O Voto apresentado pela Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas não assume de

forma correta e rigorosa essa indispensável abordagem da situação que se vive na Palestina, e da solução

política sem a qual nunca será alcançada uma paz justa e duradoura na região. Constitui um exercício de

hipocrisia, ao expressar o pesar pelas vítimas israelitas, optando por ignorar as vítimas palestinianas e também

israelitas que sucumbiram na sequência dos bombardeamentos nos últimos dias. Apela a que não seja cortada

a eletricidade, a água e a energia, quando já foram cortadas há mais de uma semana. Por outro lado, a

expressão no voto que Israel tem o direito de se defender no contexto atual tem o significado perverso de

constituir um incentivo à agressão de Israel ao povo palestiniano.

É inequívoca a posição do PCP na defesa da Paz no Médio Oriente, bem como de pesar pelas vítimas

inocentes deste conflito e é por isso que consideramos que o presente voto está ferido de uma profunda

hipocrisia, que a opção de votação ponto a ponto não a permite expressar. Houvesse uma votação global como

seria a sequência, após a discussão e votação na respetiva comissão, a nossa apreciação seria de abstenção

pelos motivos aduzidos.

Os Deputados do PCP, Bruno Dias — Paula Santos.

——

Votei favoravelmente o projeto de voto de pesar supracitado. No entanto, o voto de pesar não se limita ao

ataque do Hamas contra Israel. Tendo sido feita essa opção, tenho por evidente que o mesmo falha ao não

condenar de forma inequívoca os crimes de guerra que Israel está a cometer, neste momento, na Faixa de

Gaza, causando a morte de palestinianos inocentes todos os dias. A punição coletiva levada a cabo na Faixa

de Gaza é inaceitável e é urgente o cessar-fogo imediato.

A Deputada do PS, Isabel Alves Moreira.

——

Votei a favor do Projeto de Voto n.º 483/XV/2.ª, apesar de entender que, não se tendo o mesmo limitado a

condenar o ataque terrorista perpetrado pelo Hamas no passado dia 7 de outubro de 2023, deveria então

acrescentar alguma coisa a propósito da violência da reação subsequente de Israel contra populações inocentes

e apelar a um cessar-fogo.

A Deputada do PS, Alexandra Leitão.

——

António Guterres está neste momento na fronteira de Rafah. Em nome da ONU, está a implorar — são os

termos do secretário-geral — a «passagem rápida e desimpedida de ajuda humanitária a todos os civis

necessitados».

No meio do horror e da agonia dos últimos dias, precisávamos que as palavras de António Guterres fossem

ouvidas. Precisávamos que fosse ouvido o seu apelo a um cessar-fogo humanitário imediato no Médio Oriente.

Israel reagiu oficialmente ao apelo de Guterres através do insulto, declarando publicamente, e cito: «Parece

que a principal prioridade do secretário-geral da ONU é ajudar os terroristas.» É este o grau de delírio e de

cegueira.

O que está a acontecer em Gaza, perante os nossos olhos, é um crime de genocídio.

A condenação inequívoca dos crimes que o Hamas perpetrou no dia 7 de outubro, a condenação inequívoca

desses crimes e do terror, que este Parlamento deve fazer, não pode ser um livre-trânsito para a matança que

está a acontecer desde então.

Só na primeira semana de retaliação, o Estado de Israel lançou 6000 bombas sobre Gaza, quase tantas

quantas as que a NATO utilizou durante toda a guerra na Líbia. A Human Rights Watch confirmou o uso de

fósforo branco, munição proibida em áreas de grande densidade populacional. O cerco total que o Governo de