31 DE OUTUBRO DE 2023
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O Sr. Presidente: — Muito boa tarde, Sr.as e Srs. Deputados.
Estamos em condições de iniciar os nossos trabalhos.
Eram 15 horas e 5 minutos.
Solicito aos Srs. Agentes da autoridade que façam o favor de abrir as galerias ao público.
Pausa.
Muito obrigado.
O Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias pede a palavra. Faça favor.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do Partido
Socialista pretende fazer um requerimento para a dispensa de redação final e do prazo para apresentação de
reclamações contra inexatidões relativamente à Proposta de Lei n.º 105/XV/1.ª, que vai prorrogar os efeitos do
IVA (imposto sobre o valor acrescentado) zero até ao fim do ano, para que V. Ex.ª o ponha à votação, ou à
concordância, dos outros grupos parlamentares.
O Sr. Presidente: — Julgo que não haverá oposição de nenhum grupo parlamentar, até porque foi isso que
foi acertado em Conferência de Líderes, quando se procedeu ao agendamento desta proposta de lei, de forma
que o processo legislativo pudesse estar concluído em tempo útil. Verifico que não há nenhuma oposição, pelo
que o requerimento está aprovado.
Vamos, então, iniciar a nossa ordem do dia, que, como é do conhecimento de todos, consiste no início da
apreciação, na generalidade, da Proposta de Lei n.º 109/XV/2.ª (GOV) — Aprova o Orçamento do Estado para
2024.
Para apresentar a proposta de lei, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, António
Costa.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Há um ano, neste debate
orçamental, o grande tema da oposição era a acusação de que o Governo queria fazer um corte nas pensões
— um corte de 1000 milhões de euros nas pensões.
O Governo rebateu, então, e garantiu que nunca estaria em cima da mesa qualquer corte de pensões. A
oposição insistiu na acusação ao Governo e até espalhou, por todo o País, vários cartazes: o corte de 1000
milhões de euros seria mesmo um corte permanente e que se perpetuaria no futuro.
Um ano depois, os pensionistas conhecem bem a verdade: não, não existiu qualquer corte nas suas pensões.
Aplausos do PS.
Pelo contrário, os pensionistas não só viram integralmente respeitados os aumentos a que tinham direito por
lei, como receberam também um apoio extraordinário correspondente a 25 % do valor anual da sua pensão. Um
ano depois, todos sabemos quem falou verdade e quem só quis assustar os pensionistas.
Este ano, a oposição já não regressa ao tema das pensões. E mais: a direita continua sem se interessar por
salários e rapidamente se desinteressou do IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas singulares).
Protestos do Deputado da IL Rui Rocha.
O Sr. André Ventura (CH): — Não, não estamos interessados!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mais uma vez, tal como no ano passado, a oposição quer, de novo, assustar os
portugueses, desta vez anunciando aumentos estratosféricos — em alguns casos, de cerca de 1000 % — do
imposto único de circulação (IUC). Daqui a um ano, todos saberão quem falou verdade. Até lá, cada cidadão