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I SÉRIE — NÚMERO 19

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vamos descer o IVA da alimentação dos animais de companhia? Porque não podemos ter, continuadamente, pedidos de famílias a dizerem que deixam de comer para alimentar os animais de companhia.

No que diz respeito à habitação, há uma pergunta e uma medida que não tem qualquer custo para o Estado e que, não tendo qualquer custo para o Estado, gostaria de saber porque é que o Estado não negocia com a banca para a implementar. À semelhança do que aconteceu na pandemia, seria perfeitamente fazível termos aqui uma suspensão da execução da penhora da casa de morada de família. Tivemos uma pandemia, temos uma guerra que despontou na Ucrânia por força da invasão da Rússia, temos agora, também, o problema na Faixa de Gaza, por causa do conflito israelo-palestiniano,…

O Sr. Filipe Melo (CH): — Isto é sobre o Orçamento do Estado. A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — … sendo que tudo isto vai impactar o contexto macroeconómico, e,

por isso mesmo, pergunto-lhe, Sr. Ministro, se está ou não disponível para negociar com a banca. É porque os papéis, desta vez, inverteram-se. Os portugueses foram chamados a ajudar a banca e, agora,

que a banca deveria ajudar os portugueses, pergunto-lhe se está disponível para negociar com a banca — porque isto não tem qualquer custo para o Estado! —, para que haja esta suspensão e esta moratória e para que as empresas também não fiquem esquecidas e para que possa também haver, à semelhança do que aconteceu para as famílias, uma renegociação dos créditos também para as empresas.

Por fim, a crise climática. O Conselho das Finanças Públicas já criticou este Orçamento, por ser pouco ambicioso no investimento no combate às alterações climáticas, sendo que as alterações climáticas podem trazer graves consequências para o contexto económico do País. O PAN tem uma proposta para alargar a gratuidade do passe sub-23, para descarbonizarmos a economia, para os jovens até aos 25 anos. Pergunto-lhe se está ou não disponível para nos acompanhar, para que a gratuidade seja para todos os jovens, e não apenas para aqueles jovens que estudam, até porque, no caso dos estudantes de Direito e também de Arquitetura, esta previsão já existe, mas queremos ir mais longe.

Quanto ao combate à seca, a seca é um problema estrutural do nosso País e, quando olhamos para o Orçamento, verificamos que, da verba alocada para as alterações climáticas, só 3 % é que se destina ao combate à seca no nosso País.

E, Sr. Ministro, quando verificamos que, para as isenções para os produtos petrolíferos, a verba é quatro vezes superior àquela que o Sr. Ministro esperava obter através do IUC, há aqui, claramente, uma inversão de prioridades, mas ainda vamos a tempo de as corrigir na especialidade.

Pergunto: está ou não disponível para fazer esse caminho? O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Livre, tem a palavra o Sr. Deputado

Rui Tavares. O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Caros Concidadãos nas galerias, Sr.as e

Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Ministro das Finanças, à parte da normal dinâmica do debate parlamentar, e, como é natural num Orçamento, das listas mais ou menos infinitas de coisas que deveriam lá estar e não estão, ou que estão e não deveriam lá estar, o que especificamente este debate orçamental para 2024 traz de diferente é o pré-anúncio, por parte do Governo, de que a estratégia orçamental da República Portuguesa vai mudar a partir deste ano, que deixaremos de ser um país de défices recorrentes para passarmos a ser um país de excedentes em momentos de crescimento económico e de défices em momentos de estagnação ou de contração económica.

E se aí chegarmos — já houve muitos pré-anúncios na história da nossa República e até da Monarquia, já houve muitos antecessores seus que dessa tribuna disseram que isto ia acontecer e não aconteceu —, se isso vier a acontecer,…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Quando? Quando? O Sr. Rui Tavares (L): — … é, evidentemente, um momento importante, um ponto de inflexão no nosso

debate orçamental, que, infelizmente, não se sente no debate orçamental. Ou seja, não se fala do que