I SÉRIE — NÚMERO 19
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O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Vocês é que falam! O Sr. Ministro das Finanças: — Aquilo que interessa aos portugueses é uma coisa simples: os
portugueses vão pagar menos IRS, vão ter pensões que cobrem o custo de vida e que são significativamente acima da inflação, vão ter um aumento histórico do salário mínimo nacional e os trabalhadores da Administração Pública verão as suas carreiras valorizadas e dignificadas.
Aplausos do PS. Aqueles que procuram contrapor um aumento de 25 € no IUC a toda uma política ambiental, contrapondo
de que existe do lado do Governo uma omissão relativamente à tributação das grandes empresas do setor de energia, seria risível se não tivesse sido mesmo dito aqui neste Parlamento. É porque essas empresas estão sujeitas, como todos sabem, a uma tributação verdadeiramente efetiva em IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas), em derrama e em impostos especiais que existem sobre o setor energético.
Por isso, quando se pergunta o que é que vai acontecer a estes resultados dessas empresas, a resposta é muito simples: vão ser taxados, vão ser cobrados e irão aumentar a receita de IRC do País.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito abaixo do que devia ser! O Sr. Ministro das Finanças: — Dizem também que não se toca nos 1500 milhões de euros da banca.
Sr.ª Deputada, os 1500 milhões de euros da banca serão taxados em IRC, em derrama, em contribuição do setor bancário, em adicional da contribuição do setor bancário — é isto que é o contributo, é isto que é a taxação.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E, então, não taxa os lucros excessivos! O Sr. Ministro das Finanças: — Em quarto lugar, sobre a questão que o Sr. Deputado Cotrim Figueiredo
colocou sobre os temas da aritmética, vamos por partes. O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Vamos lá! O Sr. Ministro das Finanças: — Aritmética 1: como é que se diminuem impostos quando uma economia
está a abrandar? Primeiro ponto: numa economia a abrandar, porque é que o Governo decidiu acelerar a redução de impostos que tinha prevista?
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Não foi isso que eu perguntei! O Sr. Ministro das Finanças: — Afirmei mesmo publicamente o dia em que, no Governo, tomámos essa
decisão, ou seja, foi no dia em que o Banco Central Europeu decidiu aumentar as taxas, em setembro. Foi esse o dia da decisão final sobre a dimensão do pacote de redução fiscal. E porquê? Por uma razão simples que, aliás, os números do produto interno bruto hoje conhecidos tornam clara. Perante a recessão do exterior, perante a recessão da procura externa, nós temos de reforçar a procura interna,…
Aplausos do PS. … reforçar os rendimentos, reforçar o investimento, reforçar a capacidade de resistirmos internamente
quando a conjuntura externa não nos ajuda. Sr. Deputado, aritmética 2: como é que as receitas fiscais crescem quando se diminuem as taxas de
imposto? Então, é assim, e dou-lhe dois exemplos simples: 100 trabalhadores num país ganham um salário de 10 €
e são taxados a 10 %. 100 trabalhadores ganham 10, taxa de imposto 10 %, receita fiscal 100;