I SÉRIE — NÚMERO 21
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O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, o caso TAP é talvez o mais flagrante caso de desrespeito pelo dinheiro dos outros e pelo dinheiro dos portugueses.
Sem nunca ter perguntado nada a ninguém, sem nunca ter inscrito essa intenção em nenhum programa, sem nunca ter sido sufragado, o Governo decidiu enterrar na TAP 3200 milhões de euros do nosso dinheiro, do vosso dinheiro, sem saber como é que de lá havia de sair. E já houve um decreto que previa a venda da maioria — foi vetado pelo Sr. Presidente da República — e, agora, no PS, nem se sabe o que é para vender, se a maioria, se a minoria. Uma coisa é certa, não se vai recuperar a totalidade do dinheiro.
Srs. Deputados, querem eleitoralismo nesta altura? Ponham nos vossos programas o que é que querem fazer à TAP e digam aos portugueses que não vão ver nem metade do dinheiro de volta.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Nós pomos, o Sr. Deputado tem é de o ler! Para nós é claro: todo o cêntimo gerado pela venda da TAP deve ser devolvido aos portugueses. Quais
portugueses? A todos. Essa é a proposta da Iniciativa Liberal; claros, como sempre. Aplausos de alguns Deputados da IL. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Então, ninguém bate palmas?! O Sr. Presidente: — Para intervir sobre a mesma proposta, em nome do Grupo Parlamentar do Chega,
tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Melo. O Sr. Filipe Melo (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Srs. Deputados, Srs. Membros do
Governo, se é inegável que a TAP é um dos maiores ativos estratégicos do País, não é menos verdade que é o maior cemitério de ministros deste Governo.
Risos do CH. Senão, vejamos: dois ex-ministros desta pasta deveriam estar sentados nesta bancada, mas não estão,
provavelmente um anda em campanha eleitoral, a preparar-se para novamente tentar desgraçar a TAP, e outro anda aí pelos corredores.
Srs. Deputados, é um assunto grave demais para continuar nas mãos do Partido Socialista. Um ministro que autoriza indemnizações de meio milhão de euros por SMS (short message service); outro ministro que desconhece completamente a pasta; e se este Governo chegasse ao fim, essa bancada estava cheia, carregada de ex-ministros da TAP. Isto não pode continuar.
O Partido Socialista, uma vez mais, pegou no que estava bem, nacionalizou, degradou uma empresa estratégica e, hoje em dia, queria integrá-la num grupo económico. Só não sabia é como, só não sabia quando, mas, sim, iria fazê-lo.
A TAP requer sentido de Estado, não precisa de mais leviandade, não precisa do apoio da extrema-esquerda para ser completamente afundada. A TAP precisa, novamente, como outras empresas públicas, de governos de direita que saibam tratar, saibam cuidar, saibam reabilitar e saibam pôr no ar uma empresa com a importância da TAP.
Aplausos do CH. Srs. Deputados, chegou o momento da verdade. Chegou o momento de a esquerda dizer «nunca mais
vamos tocar em dossiês desta importância». Chegou o momento de, definitivamente, a direita dar um novo rumo a uma empresa que deveria ter uma importância muito acima da que a esquerda lhe atribui.
Aplausos do CH.