I SÉRIE — NÚMERO 21
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Pausa. Faça favor, Sr. Deputado. O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr. Secretário de Estado e Srs. Deputados, o
artigo 74.º da Constituição da República estabelece que «Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.»
A Ação Social Escolar é um instrumento através do qual o Estado garante essa igualdade, e por isso o PCP o valoriza. Com a degradação galopante das condições de vida das famílias, mais imperioso se torna reforçá-lo.
Por isso, voltamos a apresentar propostas: para a alteração dos escalões da Ação Social Escolar, abrangendo um maior número de estudantes; para o aumento dos valores da comparticipação do material escolar; e para a gratuitidade das refeições, de fruta e de leite escolares para todos.
Para todos devem ser igualmente gratuitas as visitas escolares. Nenhum aluno pode ser excluído da possibilidade de aceder a espaços, lugares e realizações, e deles fruir em condições de igualdade.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — É também assim que se promove a equidade. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso mesmo! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — E é também por isso que propomos a garantia de aquisição gratuita do
material escolar e das fichas de exercícios, que continuam a onerar as famílias. Em relação ao ensino superior, gostaríamos também de falar das propinas, das taxas e dos emolumentos.
Porque é dever do Estado assegurar a todos o acesso aos diversos graus do ensino superior, o PCP insiste na proposta de eliminação das propinas — e não da sua regulação, Sr. Secretário de Estado —, das taxas e dos emolumentos.
Uma condição essencial para a democratização do ensino superior é a garantia de alojamento para os 119 000 estudantes deslocados. O Governo deve assegurar a execução e a melhoria do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), aliás, fruto de uma proposta do PCP.
As 26 772 camas em residências estudantis previstas para 2026 são insuficientes, pois correspondem a apenas 22,5 % das necessidades. Ora, por isso, o PCP propõe o reforço do financiamento do Plano, até 2026, para 447 milhões de euros, além dos 70 milhões anunciados este ano; e propõe ainda a identificação dos imóveis e equipamentos públicos que possam ser mobilizados na criação de residências.
No plano da Ação Social Escolar no ensino superior, o PCP defende o aumento do complemento de alojamento; o alargamento dos critérios de acesso às bolsas, abrangendo, naturalmente, mais estudantes; o alargamento da bolsa automática aos estudantes nos cursos técnicos superiores profissionais; e ainda a garantia do fornecimento de refeição social em todas as cantinas e a fixação do preço da refeição nas cantinas do ensino superior.
Aplausos do PCP. Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Adão Silva. O Sr. Presidente: — Cumprimento a Sr.ª Ministra, os Srs. Membros do Governo e as Sr.as e os
Srs. Deputados. Prosseguindo ainda na discussão do artigo 111.º, temos a proposta 987-C1, apresentada pela IL, de
aditamento de um artigo 111.º-A — Contratos simples e de desenvolvimento de apoio à família. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Patrícia Gilvaz.