25 DE NOVEMBRO DE 2023
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O Sr. Secretário de Estado da Educação: — Nunca o desvalorizámos, em todas as reuniões a que viemos, e foram muitas, e a Sr.ª Deputada esteve em todas elas, atenta, que eu sei que esteve.
O que não é verdade é aceitar alguns dos números que foram avançados ao longo destes meses, de que seriam 120 000, 80 000, 40 000, eram os números mais díspares. Nalguns casos chegaram a ir até à unidade. E foi isso exatamente que tentei explicar que não estava a acontecer.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Então quantos são? O Sr. Secretário de Estado da Educação: — A vinculação dos técnicos que estavam na Escola Artística
Soares dos Reis e na Escola Artística António Arroio já ocorreu, e ocorreu como docentes. A vinculação dos técnicos superiores que estão espalhados pelas nossas escolas e que são absolutamente necessários, está a ocorrer, como a Sr.ª Deputada, aliás, bem sabe. Como também certamente saberá, porque está atenta, que ainda ontem o Governo apoiou o apoio às rendas para os professores, como também já aqui referi, que se deslocam para as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e para a região do Algarve. É preciso, de facto, estar atento e ser sério na discussão que aqui estamos a ter.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Não registamos pedidos de esclarecimento e, por isso, passamos para a
apresentação da proposta 316-C, do Chega, de aditamento de um artigo 113.º-A — Cheque saúde mental. Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Frazão.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, o
Chega traz, para este Orçamento do Estado, centenas de propostas que visam melhorar o nosso SNS (Serviço Nacional de Saúde), que está, este mês, no seu pior mês de sempre.
Mas hoje, aqui, entre essas dezenas de propostas que temos, escolhemos destacar a proposta 316-C, porque hoje, em Portugal, Srs. Deputados, vão suicidar-se três de nós. É verdade, em Portugal, suicidam-se três pessoas por dia e continua a existir a falta de coragem para enfrentarmos a saúde mental dos portugueses. O que parece mesmo é que os Srs. Deputados, nesta Câmara, não querem saber deles. E porquê? Porque durante décadas as más decisões políticas fazem com que Portugal — ouçam bem, Srs. Deputados! — seja hoje o segundo país europeu com maior prevalência de perturbações psiquiátricas. É o segundo país com mais consumo de antidepressivos e é o quinto país no ranking do síndrome depressivo, em que 42 % dos jovens, depois da pandemia, apontaram a depressão como um problema.
Por isso, temos de deixar os preconceitos ideológicos da esquerda, que fazem com que aqueles que não podem pagar um acesso rápido a um psicólogo ou a um psiquiatra, no privado, fiquem entregues ao seu desespero, à sua dor e, ainda por cima, ao estigma social. E porque é que ficam entregues ao desespero e à dor? Porque existem 24 000 psicólogos em Portugal, mas apenas 1 % está nos cuidados primários — são apenas 250. Nos serviços de psiquiatria dos hospitais públicos em Portugal, 50 % deles não cumprem os tempos de espera garantidos e o tempo médio de espera é de 4 meses.
Por isso, Srs. Deputados, não temos a mínima dúvida de que a nossa proposta para o cheque de saúde mental, nos casos em que o SNS não tem resposta, vai trazer esse acesso à saúde mental, aliás, como já acontece com o cheque-dentista. Para isto, temos de votar favoravelmente, Srs. Deputados.
Protestos dos Deputados do PCP Bruno Dias e João Dias. Para isto, votaremos favoravelmente, para conseguirmos diminuir o risco de suicídio, o risco de depressão
e para melhorarmos, de uma vez por todas, a saúde mental dos portugueses. Aplausos do CH. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Passamos, agora, à apresentação da proposta 563-C, do PSD, de
aditamento de um artigo 113.º-A — Contratualização da prestação de cuidados de saúde a utentes do SNS, passando a palavra à Sr.ª Deputada Inês Barroso.