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I SÉRIE — NÚMERO 22

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Protestos do PS e contraprotestos do CH.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, ainda sobre este artigo, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel

Pires, que vai fazer o favor de esperar que haja serenidade.

Protestos do PS e contraprotestos do CH.

Sr.ª Deputada, faça favor.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas, de facto, é um triste espetáculo

numa segunda-feira termos este debate sobre saúde, em que o PSD diz que quer entregar ao privado,…

O Sr. António Cunha (PSD): — Isso é falso!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … e o PS responde «nós já o fazemos». Portanto, continuamos sem ter nenhuma

solução à vista para o Serviço Nacional de Saúde.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Aquilo que o Partido Socialista nos vem dizer é que está tudo bem, quando as

urgências continuam encerradas pelo País fora e quando temos concursos que nem sequer têm candidatos.

Portanto, o PS continua a não resolver o problema da falta de profissionais.

Aquilo que fazia falta era que, de uma vez por todas, o Partido Socialista deixasse de continuar a destruir o

Serviço Nacional de Saúde, à semelhança do que toda a direita quer fazer, como fica provado com esta proposta,

e aprovasse as propostas do Bloco de Esquerda que estão em cima da mesa para este Orçamento.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Ainda sobre o mesmo artigo, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Santos, do Grupo

Parlamentar do PSD.

O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado do Partido Socialista,

verifico que passou o fim de semana agarrado à televisão a assistir ao Congresso do PSD, e fico muito feliz por

isso.

Aplausos e risos do PSD.

Espero que tenha aprendido alguma coisa, espero que tenha tido a humildade de aprender alguma coisa,

porque, nesse Congresso — que não foi ontem, foi no sábado, ao contrário do que o senhor disse —, tinha

oportunidade de aprender, de facto, coisas bem úteis.

Em relação a esta dicotomia de entregar ao privado, eu acho que podíamos ultrapassar isso e basear o

discurso na realidade e ter um discurso mais sério. O PSD já foi Governo, o PSD não entrega ao privado. Parece

que estamos a querer dilacerar o Serviço Nacional de Saúde. Nós temos um entendimento muito claro, vastas

vezes reproduzido, de que o sistema de saúde tem de ser um sistema em que o privado, o social e o público

têm de colaborar em parceria com regras e com transparência.

Os senhores fazem o discurso de que tudo tem de ser público e estatizado e depois, de facto, entregam o

serviço todo ao privado, sem transparência e sem regras, que é assim que os senhores gostam, efetivamente,

de atuar.

Sobre a sua intervenção, Sr. Deputado, o que fez foi um desfilar de estatísticas. Olhe, ainda neste fim de

semana tivemos a notícia de que, do número de vagas para a especialidade dos médicos — 2330 vagas —, 501

ficaram por preencher. Mais de 20 % dos médicos nem sequer concorreram à especialidade.