I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — O Sr. Deputado Miguel Cabrita disse que o aumento dos impostos indiretos
era pequeno. São 1600 milhões de euros, e a redução de IRS são 1700 milhões de euros. Vocês não estão a
dar nada a ninguém.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — E os salários?!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — E os salários e as pensões?!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Depois, o Sr. Deputado elogiou aqui as empresas. Ainda bem que o faz, Sr.
Deputado, mas as empresas, se estivessem à espera do Governo para tomar decisões, iam todas à bancarrota.
E é com muito sacrifício que essas empresas têm de suportar todos os encargos da burocracia que o PS lhes
impõe — aliás, como ficámos a saber, ainda recentemente, no âmbito desta crise que estamos a viver.
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — O emprego está em máximos históricos!
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Deixe-me dizer, Sr. Deputado, que percebo que, no âmbito das 1800
propostas de alteração ao Orçamento, o Sr. Deputado não deve ter visto todas, mas deveria ter visto a do PSD
que propõe a redução do IRC e em relação à qual os senhores votam contra.
Protestos de Deputados do PS.
É que o PSD não alterou a sua estratégia. O PSD, o que faz é adaptar-se à realidade do País, que depois
da inflação levou com uma arrecadação de 13 mil milhões de euros de receita a mais do que o previsto, e os
senhores não reconhecem esse mesmo facto.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Vou concluir, Sr. Presidente.
É preciso também reconhecer, Sr. Deputado, que a dívida direta do Estado, no vosso Orçamento, aumenta
12 mil milhões de euros e que vocês deram duas grandes cambalhotas neste Orçamento por causa das eleições:
o IUC e os residentes não habituais. E deveriam reconhecer isso!
Para terminar, Sr. Presidente, nós defendemos melhores serviços públicos e quem trabalha não tem de ser
pobre.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr.
Deputado Eurico Brilhante Dias.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados, dizia, ainda há pouco, o nosso colega Hugo Carneiro, que «quem trabalha não deve ser pobre». Diz
isto vindo de uma bancada que votou contra todos os aumentos do salário mínimo desde 2015. Todos!
Aplausos do PS.
O salário mínimo nacional cresceu de 505 € para 820 €, em 2024. Sempre, sempre com o apoio desta
bancada e, aliás, em muitos momentos, das bancadas à esquerda do PS.
O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Mais impostos!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Houve quem dissesse: «Aumenta o salário mínimo, vai aumentar o
desemprego.» Chegamos ao fim de oito anos e temos mais um milhão de portugueses empregados!