29 DE NOVEMBRO DE 2023
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O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Agora até dizem que querem aumentar pensões, ou, pelo menos, foi mais ou
menos o que disseram durante dois dias, porque até o líder parlamentar veio já corrigir as afirmações de Luís
Montenegro.
Aliás, Luís Montenegro reconheceu, muito recentemente, que o aumento do salário mínimo — imagine-se!
—, contra o qual ele próprio votou — contra, contra, contra — nesta Assembleia, afinal é uma boa medida e
resultou em termos de estratégia para o País.
Aplausos do PS.
E quando o Governo anuncia aqui, no Orçamento do Estado, tal como tinha previsto, um saldo orçamental
positivo, um saldo estrutural equilibrado em 2023, a possibilidade, a capacidade, as condições para o repetir em
2024, mesmo com aumento de rendimentos, mesmo com aumento de salários, mesmo com a redução do IRS,
afinal tentaram desviar o assunto, tentaram encontrar subterfúgios, tentaram encontrar, no fundo, desculpas
para desconversar e para falar de tudo menos do Orçamento do Estado e dos equilíbrios que ele conseguiu.
Ora era a alegada carga fiscal excessiva, quando afinal qualquer consulta às estatísticas mostra que está
abaixo da média europeia e que Portugal é mesmo o 13.º país em termos de carga fiscal comparada com o PIB.
O Sr. Alexandre Simões (PSD): — Não é! Não é! Vá confirmar!
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Estamos exatamente a meio da tabela. E também, já agora, decorre do
aumento do emprego, do aumento dos salários, do aumento das contribuições.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Miguel Cabrita (PS): — Quando isto não resultou, viraram-se para o aumento dos impostos indiretos,
quando, na verdade, o aumento dos impostos indiretos, além de decorrer destes fatores, é muito inferior à
devolução de rendimentos — no IRS, nos salários, nas pensões, em várias variáveis relacionadas com esta
matéria.
Aplausos do PS.
Quando isto também não resultou, encontraram o IUC, e durante várias semanas não se falou de outra coisa
senão de IUC, IUC, IUC, uma pequena parcela do Orçamento do Estado.
Protestos do PSD e do CH.
Em suma, qualquer coisa serviu, ao longo destas semanas, menos discutir o que interessa, que é o
Orçamento do Estado e as medidas que ele nos dá para 2024.
Aplausos do PS.
Isto, na verdade, é o óbvio. O óbvio é que este é um Orçamento equilibrado, como se vê, aliás, de críticas
que vêm, não só da direita, mas da esquerda, mas a direita carregou particularmente nas críticas. E porquê?
Porque este é um orçamento que, como eles sabem, responde aos desafios e às necessidades do País,
responde às necessidades das pessoas, das empresas e, aliás, são as empresas que desmentem quem diz que
este Orçamento não tem respostas e que não tem havido respostas para as empresas, porque as empresas
respondem com emprego, respondem com aumentos de salários, respondem com exportações, respondem com
o investimento, que é o que está também a fazer este País avançar e sustentar esta estratégia que temos para
Portugal.
Aplausos do PS.