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I SÉRIE — NÚMERO 23

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Mas o que é incompreensível e condenável é que na proposta que o Governo apresenta do Orçamento para

2024 haja um corte na verba orçamentada, até por comparação com 2020. O Bloco propõe repor a verba, pelo

menos, nos 30 milhões.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Emília Cerqueira.

A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputadas, uma

das grandes marcas deste Governo, de facto, foram os casos, os casinhos, a falta de transparência e a perceção

pública que se trata de um Governo muito opaco, dos interesses, e que todos os políticos hoje, desculpem a

expressão, são vigaristas.

O que é que acontece? Entidade para a Transparência: foram precisos quatro anos após a sua criação para

que ela finalmente fosse instalada. Ao ser instalada são necessárias condições para que haja uma efetiva

fiscalização e, com isso também, que as instituições deixem de ter este manto de suspeição, como um lamaçal

que nos vai cobrindo a todos, quer os que, por algum motivo prevaricaram, quer os que cumprem

escrupulosamente o seu serviço público.

Esperemos que o PS ainda faça, desta vez, o que é certo e vote a proposta de alteração do PSD, pois esta

maioria do PS, naquele timbre que nos veio habituando, de rolo compressor, corta as verbas para a Entidade

para a Transparência, ou mantém-na, impedindo que ela efetivamente funcione e tenha os meios de reforço que

são tão necessários para acabar com este ambiente de que todos nos queixamos — percebo que ainda mais o

Governo, com tantos casos e casinhos que até levaram à sua demissão; e, não, não foi a oposição que o fez

demitir, foi a sua própria culpa.

O Sr. Alexandre Simões (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — É fundamental que nos acompanhem na proposta de reforçar,

efetivamente, as verbas e as condições da Entidade para a Transparência. Isso mostrará se estão do lado da

transparência ou contra ela. Se estão do seu lado, votam a proposta do PSD; se estão contra ela, vão continuar

a fazer o que sempre fazem: anunciar, mas depois, na realidade, não fazer nada.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem

a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,

chegámos ao final do debate da especialidade deste Orçamento do Estado, que é o Orçamento da crise política.

Mas é também o último Orçamento do Estado desta maioria absoluta do Partido Socialista e aquele que

materializa o resultado desta maioria absoluta.

É o Orçamento das crises: crise nos serviços públicos — na saúde pública ou na escola pública —, crise na

habitação, crise no salário e nos rendimentos das famílias. E para todas estas crises, este Orçamento do Estado

mantém os bloqueios que as criaram. É o resultado das políticas públicas do Governo e do Partido Socialista.

O bloqueio na saúde mantém-se por um Governo que ataca os profissionais da saúde e permite que o SNS

seja transformado num entreposto de pagamento aos privados. Nunca, como hoje, o Serviço Nacional de Saúde

entregou orçamento seu para que sejam os privados a ganhar com esse dinheiro, fruto do bloqueio criado,

mantido e promovido pelo Partido Socialista, por este Governo. A cada dia deste debate, o Governo não

conseguiu chegar a acordo com os profissionais de saúde. Diabolizou-os, atacou-os. É o bloqueio na saúde,

que fica como cadastro desta maioria absoluta.

Na educação passou-se o mesmo. Este Governo atacou os profissionais da educação, os professores em

primeiro lugar. Fez o mesmo que José Sócrates e Maria de Lourdes Rodrigues já tinham feito: atacou-os,