29 DE NOVEMBRO DE 2023
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O Sr. Presidente: — Segue-se no uso da palavra o Sr. Deputado Rui Tavares, do Livre.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, independentemente das previsões falhadas ou não falhadas de
economistas — e há previsões para todos os gostos —, há uma coisa em que toda a gente está de acordo: a
inteligência artificial vai ter uma força perturbadora no mundo do trabalho e é um fenómeno que traz muitas
ameaças com muitas oportunidades também.
A União Europeia já se encontra a legislar para uma regulação da inteligência artificial, e é inevitável que os
Estados-Membros tenham de criar as suas agências nacionais de inteligência artificial.
Nós gostaríamos de propor neste Orçamento que Portugal fosse o primeiro Estado-Membro a fazê-lo, mas
já não vamos a tempo,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Já acabou o tempo!
O Sr. Rui Tavares (L): — … porque Espanha, entre o início e o final do ano passado, criou a agência
espanhola de inteligência artificial e já decidiu sediá-la na Corunha.
Ora, é precisamente para este esforço que nós convocamos o nosso País, no sentido de criar uma agência
portuguesa de inteligência artificial que faça investimento, regulação e consciencialização, que, como discutimos
aqui tantas vezes, ela esteja sediada fora da capital e que escolhamos um lugar que seja descentralizado onde
possa estar sediada a agência portuguesa de inteligência artificial.
Esta nossa proposta vai a votos esta tarde, e peço a todos os grupos políticos que não deixem passar esta
oportunidade.
O Sr. Presidente: — Para intervir em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado
Rui Afonso.
O Sr. Rui Afonso (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados, o adicional ao ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos) foi criado pelo Governo de
Passos Coelho e, nessa altura, tinha o objetivo específico de garantir a manutenção de receita fiscal num período
em que o barril de petróleo se encontrava num preço anormalmente baixo.
Teoricamente, esta seria uma medida temporária até o preço do barril de petróleo recuperar para os valores
ditos normais. O que acabou por acontecer foi que, passada quase uma década em que o valor do barril de
petróleo já atingiu valores estratosféricos, os sucessivos Governos socialistas mantiveram intocável o adicional
ao ISP.
Hoje, o País encontra-se numa situação financeira que lhe permite, paulatinamente, ir acabando com as
sobretaxas e impostos temporários que se mantêm sem qualquer justificação, a não ser a de continuar a sugar
o dinheiro do bolso dos portugueses, sobretudo numa altura em que o custo de vida aumentou
exponencialmente, as prestações do crédito à habitação cresceram centenas de euros e o combustível continua
com um custo elevado.
O Governo prevê, na sua proposta de Orçamento do Estado, que a receita colhida com o ISP aumente 13,4
%, em 2024, atingindo 3,4 mil milhões de euros.
Sr.as e Srs. Deputados, esse valor, em 2015, cifrava-se em apenas 2,1 mil milhões de euros. Mesmo
expurgando a contribuição rodoviária, que passou a ser incluída no ISP a partir de 2016, estamos sempre a falar
num crescimento de receita na ordem das várias centenas de milhões de euros, pelo que consideramos que
não existe qualquer tipo de fundamento para manter uma taxa que já deixou de cumprir o seu propósito há muito
tempo.
Assim, o Chega vem propor a eliminação ao adicional do ISP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr.
Deputado Miguel Cabrita.