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I SÉRIE — NÚMERO 23

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atualmente se vê em dificuldades na aceitação por parte de determinados estabelecimentos sobre esta forma

de pagamento.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas, o preço da habitação tem

atingido recordes sucessivos, e isto significa uma crise social que tem arrastado muitas famílias para situações

insustentáveis.

Mas isto não foi uma fatalidade. Foi, de facto, resultado de políticas de vários anos, um pacto, na verdade,

que tem vindo a unir PS e a direita nas políticas de habitação: liberalização de rendas, vistos gold, benefícios

fiscais, residentes não habituais, uma falta enorme de oferta pública, subida de juros. Enfim, tudo tem provocado

e aumentado a crise.

O Governo, ao mesmo tempo, fala em estabilidade, segurança e previsibilidade quando fala desta proposta

de Orçamento do Estado. No entanto, nenhum destes adjetivos se aplica à vida das pessoas, nomeadamente

no que toca à habitação.

Por isso mesmo é que trazemos medidas muito concretas: o fim imediato do residente não habitual; impor

tetos máximos nas rendas; a impenhorabilidade da habitação própria permanente; o controlo de rendas, que

está a resultar em vários países na Europa; mais regras para o turismo desenfreado, nomeadamente para o

alojamento local; e obrigar os bancos, que estão a lucrar como nunca lucraram, a descerem as prestações de

crédito à habitação — porque, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, não há fatalidades; o que há são

escolhas políticas e, da nossa parte, sabemos de que lado estamos e quem é que defendemos.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o Partido

Socialista chegou a este debate orçamental afogado num pântano que ele próprio criou.

Como se sentia afogado, iniciou este debate do Orçamento agarrado a uma boia — uma boia chamada Paul

Krugman. Mas é uma boia furada, e basta recordar também aquelas que eram as previsões furadas de Krugman

ao longo da história.

Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.

Vou só recordar duas: quando, em 2011, disse que o euro dificilmente iria sobreviver e, em 2023, cá estamos

nós com o euro;…

Protestos do L e de Deputados do PS.

… ou aquela que é a minha favorita, quando, em 1998, afirmou que o impacto da internet na economia não

seria maior do que o fax. Eis o vosso santo milagreiro a que tanto se agarram!

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Oh…!

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Mas não viram a entrevista toda! É que ele já está tão calejado pelas suas

próprias previsões furadas que, assim que disse que havia aqui um milagre económico, também disse logo,

habituado às suas previsões furadas, que nem sabia explicar. E os senhores, mesmo que ele não saiba explicar,

agarram-se aos milagres.

Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.