2 DE DEZEMBRO DE 2023
21
A Sr.ª Deputada quer fazer uma interpelação à Mesa? Faça favor. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, tenho um problema que muitos destes Srs. Deputados
conhecem: é que a minha audição não é perfeita… O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sim, sim! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … e, com o barulho das outras bancadas, de facto, não consigo ouvir algum
som direcionado. Também não consegui ouvir a minha colega de bancada que me estava a avisar. Peço desculpa por isso e estarei mais atenta.
O Sr. Presidente: — Muito bem, explicação dada. Recomendo então… O Sr. Pedro Pinto (CH): — Um aparelho! O Sr. Presidente: — … que, com a sua visão, acompanhe com cuidado o visor que temos à nossa frente. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Que falta de vergonha! Usa um aparelho! Ninguém acredita nisto! O Sr. Presidente: — Recordo aos grupos parlamentares que ainda não se inscreveram que o grupo
parlamentar que requereu o debate tem o direito, tendo tempo, de fechar o debate, o que é o caso. Portanto, quem se quiser inscrever, tem de se inscrever agora. Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP, tem a palavra para uma intervenção. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: No artigo 80.º
da Constituição da República, relativo aos princípios fundamentais da organização económica do País, o primeiro é a subordinação do poder económico ao poder político-democrático. É uma questão de opções políticas, e bem sabemos que, quando se trata de escolher que interesses se vai defender, fará diferença, provavelmente, que um certo partido seja apoiado e financiado e dependa de famílias, sei lá, como as famílias Mello, Champalimaud, César do Paço, não sei.
Mas sabemos que Portugal não está a saque e que Portugal não pode estar a saque. E quem faz tentativas de atirar lama para tudo o que mexe é, certamente, para iludir alguma má consciência quanto ao tema.
Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto. Há anos que o PCP vem alertando para essa opção política ruinosa, para o País, de entregar aos grupos
económicos o controlo, a investigação, a exploração dos recursos estratégicos nacionais, desde logo, os recursos geológicos. E a proposta do PCP, a iniciativa do PCP, esteve na origem da alteração ao regime e à regulamentação da lei das minas, que veio do Governo PSD/CDS, alteração essa que foi aprovada com o voto contra do PS.
Portanto, há questões que é preciso sublinhar: recusar a rapina dos nossos recursos como uma afirmação de soberania, recusar a subordinação do poder político ao mando do poder económico. E isto é um pilar do combate à corrupção.
Sr. Presidente, uma última referência para uma observação. Agora que as eleições têm data marcada, já começam a lembrar-se dos trabalhadores da Petrogal em Matosinhos, despedidos com o encerramento da refinaria.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Muito bem! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sempre falámos disso!