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I SÉRIE — NÚMERO 30

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Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Hoje, pela mão da Iniciativa Liberal, somos trazidos para um debate que,

apesar de muito importante, é tratado de modo inconsequente e impreparado. Aplausos do PSD. O Parlamento será dissolvido até 15 de janeiro e as eleições legislativas decorrerão já no início do próximo

ano. No entanto, a Iniciativa Liberal pretende, em cima do joelho, fazer uma discussão apressada, à última hora, que sabe que não levará a horizonte nenhum. Mais: pretende fazer uma discussão apenas de parte do que poderia ser, mas não é, uma verdadeira e estruturante reforma a nível da Constituição, do sistema político e do sistema eleitoral.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, porque traz, então, a Iniciativa Liberal este tema de modo tão apressado, agendado já depois da crise política, se ele não levará a lado nenhum? Porque é que a Iniciativa Liberal não procurou nenhum consenso alargado? O Parlamento, como sabemos, irá ser dissolvido muito em breve, portanto, não se torna ainda mais inconsequente este debate?

A razão é simples: a Iniciativa Liberal tem um interesse próprio,… O Sr. Filipe Melo (CH): — Claro! Tem um histórico! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — … um interesse que penaliza fortemente o interior do País, aliás, como aqui

já foi referido, para que a Iniciativa Liberal seja beneficiada em mais Deputados. Nós não desvalorizamos os votos que não são contabilizados para atribuição de mandatos, bem pelo

contrário. O PSD, neste tema, não recebe lições de nenhum partido. Repito: de nenhum partido! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Eh, lá! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Mas a verdadeira razão que leva a Iniciativa Liberal a propor esta lei

minimalista sobre o sistema político, neste caso mais sobre o sistema eleitoral, é porque acha que conseguiria, como disse, mais Deputados. É um interesse egoísta, mais do que a preocupação com a maior representatividade do interior ou o aproveitamento dos votos não utilizados para a conversão dos mandatos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, percebido que está o interesse da Iniciativa Liberal, gostaria, no entanto, de referir o longo histórico que o PSD tem neste campo, em primeiro lugar, com a participação que tivemos a nível das revisões constitucionais ao longo do tempo, que mexeram de modo relevante no sistema eleitoral.

Depois, já durante a primeira maioria absoluta do Prof. Aníbal Cavaco Silva,… O Sr. Filipe Melo (CH): — «Acabado» Silva! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — … em 1990, a Proposta de Lei n.º 151/V/3.ª, da V Legislatura, proposta pelo

Governo do PSD, permitiu, com o consenso possível, a redução do número de Deputados para os atuais 230, quando eram 250, mas não permitiu a criação de um círculo eleitoral nacional com 30 mandatos ou o aumento dos círculos locais no território nacional, como então o PSD propunha.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ainda se gabam dessa proposta?! Vê-se o serviço que fizeram! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Em 1992, propusemos, com os votos contra do Partido Socialista e também

do PCP, a criação de uma Comissão Eventual para a Apreciação da Reforma do Sistema Eleitoral. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ainda se gabam do serviço que fizeram?! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Realizou-se um amplo debate, com a participação, inclusivamente, da

Comissão Nacional de Eleições, e, em 1992, o PSD apresentou o Projeto de Lei n.º 225/VI/2.ª, da VI Legislatura,