20 DE DEZEMBRO DE 2023
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O Sr. Filipe Melo (CH): — Portanto, Sr. Secretário de Estado, antes de pôr isto em causa, pense nos milhares de famílias que vivem e subsistem deste tipo de negócios. Não são as grandes marcas, são os pequenos intermediários.
Aplausos do CH. O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, Portugal não só foi um
dos Estados-Membros que mais apoiou as famílias e as empresas no contexto da pandemia, e veja-se o lay-off simplificado,…
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — … e não só somos um dos Estados-Membros que,
no contexto da crise energética e do pico inflacionista que se lhe seguiu, teve um conjunto mais amplo de apoios, como também os números internacionais não suportam a sua conclusão ao nível da carga fiscal.
Portugal não tem uma carga fiscal superior à média da União Europeia ou superior à média da zona euro. Aliás, se olharmos para aquele que é o esforço fiscal das famílias, o tax wedge da OCDE, em 2022 é inferior ao que era em 2015. Se olharmos para os estudos da OCDE sobre aquela que é a tributação efetiva das empresas, vemos que, segundo a OCDE, a taxa efetiva em Portugal é de 17,1 %, enquanto que, na vizinha Espanha, é de 21,5 %.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — É socialista, o Governo em Espanha! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Porquê, Sr. Deputado? Porque temos um conjunto
de benefícios fiscais que são orientados para promover o investimento, para promover a criação de emprego, para promover a inovação e o desenvolvimento, dando valor acrescentado à nossa economia.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Umas borlas fiscais para os grandes grupos económicos! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Mas, Sr. Deputado, se não lhe agradarem os números
da OCDE, pode olhar para os da Comissão Europeia. A Comissão Europeia, quando analisa aquela que é a taxa efetiva média de IRC das empresas, diz que, em 2022, em Portugal, é de 21 %; na vizinha Espanha, é de 29 %.
Mais do que este número, temos a trajetória. Sr. Deputado, em 2015, eram 27 % e agora está nos 21 %. O Sr. Filipe Melo (CH): — Não, não! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Mas posso continuar,… O Sr. Filipe Melo (CH): — Pode responder à questão. Responda objetivamente à questão sobre estas
empresas! O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — … podemos olhar também para aqueles que são os
estudos da Comissão Europeia a nível da tributação sobre o trabalho, segundo os quais a taxa implícita em Portugal é de 30 % face a 36 % na vizinha Espanha.
O Sr. Presidente: — O Sr. Secretário de Estado tem de concluir.