I SÉRIE — NÚMERO 35
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Eles precisam mais de nós do que nós deles! O Sr. Ministro da Economia e do Mar: — … nós precisamos de grandes empresas no País. Não podemos
ser o «Portugal dos pequeninos». As pequenas e médias empresas são fulcrais, mas sabe que as grandes empresas representam menos de 1 % do nosso tecido económico. Elas geram 40 % de valor acrescentado bruto, têm 33 % dos ativos, são responsáveis por 65 % das exportações e empregam grande parte da população portuguesa.
Os grupos económicos têm de respeitar a lei e a legalidade e aprender também a distribuir a riqueza. Deve-se fazer pedagogia a esse nível, e temos medidas claras para isso acontecer, mas hostilizar não vai levar a lado nenhum.
Queria também responder muito brevemente à Deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda. Sr.ª Deputada, eu tenho decoro, mas aprendi na minha vida que, quando nos deixamos seduzir pelos extremos, erramos tudo.
Protestos da Deputada do BE Isabel Pires. Entre os extremos à direita e à esquerda, entre a extrema pobreza e a extrema riqueza, há a grande maioria,
e as sociedades democráticas são sociedades da classe média, que a sustêm. Aplausos do PS. Isso não significa deixarmos de olhar para os mais desfavorecidos, e é por isso que este Governo tem no
seu palmarés todo um conjunto de medidas para a proteção das pessoas e para as ajudar, como já explicitei. O Sr. Deputado João Dias falou, sobretudo, da questão do IVA Zero, que é uma questão muito importante.
Queria só dizer, frente a esta Câmara, que vejo hoje que muitos dos críticos de que o IVA Zero vai acabar são os mesmos que diziam que o IVA Zero não ia servir para nada.
Aplausos do PS. É muito curioso, neste País diz-se uma coisa hoje e outra amanhã. O IVA Zero, na altura em que o discutimos, praticamente era o Governo que o estava a defender. Tudo o
resto dizia que não ia funcionar, que era uma catástrofe. Protestos de Deputados do PCPe da Deputada do BE Isabel Pires. O que é que aconteceu? O IVA Zero funcionou, pois o estudo de outubro do Banco de Portugal mostra com
muita clareza que contribuiu para a diminuição de 3,5 pontos percentuais na inflação do preço dos produtos alimentares.
O que é que acontece, Srs. Deputados? É que temos de olhar para o futuro, e é isso que o Governo faz. Acontece que a inflação está a descer. Eu disse há pouco que foi 10 % em outubro do ano passado; foi 1,4 % em dezembro do ano passado. Temos um ciclo de descida sustentada da inflação, o que desmente muitos dos Srs. Deputados que diziam que era uma questão estrutural.
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Augusto Santos Silva. O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, tem de concluir. O Sr. Ministro da Economia e do Mar: — Portanto, com a descida da inflação e a descida também dos
custos da energia, penso que está claro que podemos ter um caminho. Aplausos do PS.