I SÉRIE — NÚMERO 36
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Relativamente às questões que a Sr.ª Deputada Fernanda Velez trouxe, finalmente o PSD «saiu da casca» — veio trazer precisamente a preocupação com os interesses do privado. Está com receio que o privado perca «a galinha dos ovos de ouro». Aí é que está a sua preocupação com a ADSE: é para financiar o privado.
Se os cuidados puderem ser prestados no Serviço Nacional de Saúde, é isso que defendemos e continuaremos a defender.
Mas há uma coisa que lhe quero dizer: o PSD tem um longo e promissor passado pela sua frente. O seu futuro tem um longo e promissor passado!
A Sr.ª Fernanda Velez (PSD): — Os senhores é que aprovaram seis orçamentos! O Sr. João Dias (PCP): — É que os profissionais de saúde não têm falta de memória! Quem passou das 35
horas para as 40 horas foi o PSD e foi pela força do PCP que se passou das 40 horas para as 35 horas semanais. Aplausos do PCP. Quem congelou a progressão nas carreiras foi Durão Barroso e foi pela força do PCP que, no Orçamento do
Estado para 2018, foi possível descongelá-la. A Sr.ª Fernanda Velez (PSD): — O PCP é que aprovou seis orçamentos! Seis! O Sr. João Dias (PCP): — Acham que os trabalhadores da saúde têm memória curta? O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir. O Sr. João Dias (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente, com esta questão que é muito importante: os
senhores encerraram 11 serviços de urgência e desclassificaram muitos. No tempo do Governo de Passos Coelho havia filas de pessoas nas urgências que não tinham atendimento, havia filas de pessoas que não tinham camas para internamento, havia pessoas que morriam à espera de vagas para cirurgias. E o PS não resolveu, aí é que está a questão!
O Sr. Rui Cristina (PSD): — Quem suporta o Governo está ali, na bancada do PS! Não somos nós! Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Livre, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares. O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Caros Concidadãos nas galerias: Este é,
provavelmente, o último debate que temos nesta Legislatura sobre saúde, que foi, provavelmente, com a educação e a habitação, um dos três temas que mais debatemos nesta Legislatura e isto faz sentido, porque são três áreas em que, de formas distintas, vivemos três crises importantes e também porque são aquelas áreas a que, com a paz e o pão, nos habituámos a chamar «liberdade a sério».
Normalmente, nesses debates apresentam-se duas visões distintas sobre o Serviço Nacional de Saúde. De acordo com uma delas, o Serviço Nacional de Saúde está à beira do colapso e nada mais nada menos
do que uma alteração de sistema — desinstalar este sistema e instalar um outro — é recomendada para poder prestar serviços de saúde em qualidade aos portugueses.
De acordo com outra visão, que o Governo e o PS costumam apresentar aqui, está tudo no melhor dos mundos possíveis.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Não é nada disso! O Sr. Rui Tavares (L): — Há dificuldades, é certo. Atenção, o melhor dos mundos possíveis — e, ainda por
cima, o Sr. Deputado Porfírio Silva, que é de Filosofia, sabe bem — não quer dizer que seja o melhor do mundo