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I SÉRIE — NÚMERO 39

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O Sr. Rui Tavares (L): — Deixemos isso, porque não devemos gastar mais tempo de um debate que foi convocado pela Iniciativa Liberal, nem devemos confundir aqueles que não são amigos da democracia…

O Sr. Bruno Nunes (CH): — Os meus amigos, escolho eu! O Sr. Rui Tavares (L): — … com aqueles que são, simplesmente, adversários políticos. Protestos do CH. Pausa. O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça favor de prosseguir e não se esqueça do tema do debate de agora. Aplausos do CH. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Acontece! O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, o tema do debate é a defesa do Estado, da nossa República

Portuguesa e daquilo que devemos ao nosso País, e dele nunca me desviarei. Protestos do CH. O Sr. Filipe Melo (CH): — Problema teu! O Sr. Rui Tavares (L): — Estado e empresas é o tema do nosso debate hoje. Como é um debate de fim de

mandato, seria bom que não o fizéssemos sempre naquele diálogo entre caricaturas, em que, às vezes, mesmo do lado progressista, as pessoas acham que ser progressista é ser o contrário de um liberal; ou quando um liberal diz que o Estado está sempre mal na gestão da coisa pública, um progressista deveria dizer que o Estado está sempre bem; e quando um liberal diz que a gestão privada é sempre melhor, um progressista deveria dizer que ela é sempre pior.

Há espaço, e deve haver espaço, neste debate para superarmos esse paradigma, ou essa briga, que muitas vezes é bastante vazia. Há espaço para dizer que o Estado tem um papel ao incentivar, nas pequenas e médias empresas, que são o principal do nosso tecido económico, a incorporação de tecnologia, de conhecimento e de novas práticas de gestão. Há espaço, neste debate, para dizer que o Estado tem um papel, as políticas públicas têm um papel, na organização dessa maioria precarizada de falsos recibos verdes, de trabalhadores independentes que podem partilhar custos, que podem estabelecer em Portugal uma elite de serviço europeia e atlântica.

Verdadeiramente, teremos visões diferentes sobre o assunto, mas há espaço para discutir que visões diferentes são essas.

Há espaço para, em Portugal, assegurar o financiamento de um projeto nacional que seja audaz e para discutir aqui, num momento em que decidimos que Portugal passa a uma nova normalidade em que a dívida pública não é o alfa e o ómega dos nossos debates,…

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de fazer o favor de concluir. O Sr. Rui Tavares (L): — … o que deve ser um compromisso de equidade e investimento para o futuro. O Sr. Filipe Melo (CH): — Não ouviste a chamada de atenção? Isso é que é democracia?! O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, termino, saudando os Deputados João Cotrim Figueiredo e Carla

Castro pelo serviço que prestaram a este Parlamento, enquanto aqui estivemos.