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12 DE JANEIRO DE 2024

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O Sr. Duarte Alves (PCP): — A Iniciativa Liberal está disposta a apoiar esta proposta? E o PSD, que até já disse publicamente que os seus ministros querem exercer o direito ao contraditório, vai apoiar a criação desta comissão de inquérito?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vamos a isso ou não?! O Sr. Duarte Alves (PCP): — E o Chega, que propõe uma comissão de inquérito por semana, vai aprovar a

criação desta comissão de inquérito sobre a privatização da ANA? O Sr. Filipe Melo (CH): — Vamos a isso! O Sr. Duarte Alves (PCP): — O PS apoia ou não? Compromete-se ou não se compromete? É que um

relatório como aquele que o Tribunal de Contas acaba de publicar não pode deixar esta Assembleia indiferente, e, se deixar, os eleitores que tomem as medidas necessárias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem! O Sr. Duarte Alves (PCP): — É que cada um destes processos de privatização — da ANA, dos CTT, da

TAP, da PT, da REN, da EDP, da Efacec — mostra o contrário do respeito pelo contribuinte. Estes processos de privatização mostram submissão aos grandes interesses, mostram a entrega do País ao capital estrangeiro, mostram que há grupos económicos que vivem à grande e à custa desta promiscuidade.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso mesmo! O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir. O Sr. Duarte Alves (PCP): — Termino, Sr. Presidente. Como estava a dizer, estes processos mostram uma direita que está desejosa de vender o que resta do País

e um PS que diz que é contra as privatizações do passado, mas que não quer reverter nenhuma delas, e até prepara novas privatizações, como no caso da TAP.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa! O Sr. Duarte Alves (PCP): — Para arrepiar caminho, para respeitar, sim, o interesse público e assegurar o

controlo público e democrático dos principais setores estratégicos, é preciso uma alternativa, é preciso o reforço da CDU (Coligação Democrática Unitária).

Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — Para intervir, em nome do PAN, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real. A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O debate que hoje nos é trazido,

sobre o respeito pelo contribuinte e o papel do Estado nas empresas, não deixa de ser um debate, de alguma forma, já marcado por algum preconceito ideológico, nomeadamente no que diz respeito à intervenção do Estado — que, claramente, na vossa visão, não é proporcional ao entendimento de um Estado que tem de intervir, sobretudo perante os mais vulneráveis — e também à coerência depois do voto.

Não podemos ter um ilusionismo de palavras. Quando olhamos para este balanço de mandato, verificamos que houve um desrespeito patente pelos contribuintes, por exemplo, quando a Iniciativa Liberal votou contra, ao lado do PS — com, neste caso, a abstenção do PSD e do Livre —, o prolongamento do cabaz essencial e do IVA zero para este ano, quando sabemos que, atrás do fim desta isenção, vem aquela que já foi a escalada dos preços e o aumento dos preços, precisamente porque caiu o acordo que havia com os retalhistas.