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I SÉRIE — NÚMERO 39

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O Sr. Hugo Carvalho (PS): — É bom saber que o Chega procura novos consensos com o PSD, porque a verdade é essa: o PSD e o Chega são exatamente a mesma coisa,…

O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Não são, não! O Sr. Hugo Carvalho (PS): — … têm exatamente as mesmas ideias, exatamente as mesmas propostas. Só

lhe faltou dizer, Sr. Deputado, já que quer tanto assumir o legado da governação do PSD na troica — faz muito bem em assumi-lo, acho que é a primeira vez que o Chega aqui demonstra transparência —, que o PSD foi além da troica e que vocês concordam com isso. Foram além da troica nas privatizações, no corte das pensões, nos sacrifícios que impuseram ao povo português, quando não tinham a mínima necessidade de o fazer. Foi por puro preconceito ideológico, do qual o Chega, aqui, não se quis distanciar.

Aplausos do PS. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não é verdade! Sabes que não é verdade! O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Carla Castro. A Sr.ª Carla Castro (IL): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Portugal tem um

nível de despesa da Administração Pública em percentagem do PIB de cerca de 44 %, um valor que emperra o desenvolvimento, num Estado cada vez mais viciado e carente em impostos.

Um Estado com mais gastos públicos não é a resposta para a apatia económica que sentimos nem para a prosperidade que ambicionamos. É, pelo contrário, uma das suas causas.

Há três questões-chave que traduzem escolhas e preferências dos eleitores: qual é o nível de bens públicos que se pretende? São bem aplicados? Qual o nível de desperdício?

Sobre boa aplicação, temos forças de segurança, justiça, saúde e educação e, infelizmente, a resposta dá-se sozinha.

Sobre o nível de desperdício no setor empresarial do Estado, lamento utilizar a palavra, mas chega ao nível do obsceno. Por isso, seja qual for o ponto de escolha dos eleitores, obviamente que o modelo atual está a falhar.

O Estado não tem de estar onde não deve, mas não pode falhar onde deve estar. E falha muito! Um exemplo recente de que tanto temos falado, o PISA (Programme for International Student Assessment),

dá-nos um indicador chamado fairness, com o objetivo de dar aos alunos a oportunidade de realizar todo o seu potencial de aprendizagem, independentemente da sua origem. Portugal está muito abaixo da média da OCDE e sai-se mal em comparação com países semelhantes. É apenas mais um exemplo, a nível da igualdade de oportunidades e da mobilidade social, ou seja, mais uma vertente onde o Estado falha.

O Estado deve deixar o setor empresarial ao mercado, acautelar a concorrência, a boa regulação, a separação de poderes, e temos de melhorar os vícios das clientelas políticas. Creio que é em todas estas funções, que o Estado deveria estar a cumprir, que o Estado falha.

Ainda em relação ao setor empresarial, não se pode decidir por uma qualquer visão utópica,… O Sr. Duarte Alves (PCP): — Vocês é que têm uma visão utópica! A Sr.ª Carla Castro (IL): — … por nostalgia, por visões românticas, o que devem ser as empresas do Estado.

Clientelas, má gestão, desperdício, pouca transparência: tudo isto são termos frequentes. Em relação aos CTT, que ainda hoje foram aqui abordados, falhou mais uma vez na sua história a

convocatória às inovações que eram precisas. Esse é mais um problema do setor empresarial do Estado: imobilismo, falta de capacidade de adaptação, falta de inovação. Estamos numa era de conhecimento e de adaptação, e o Estado e o seu setor empresarial falham também aí!