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12 DE JANEIRO DE 2024

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… querem um Estado mínimo, um Estado limitado às funções essenciais da soberania. E é verdade, também somam aqui algumas funções sociais, mas, sejamos sinceros, quando o fazem é quase sempre numa lógica de caridade, caridadezinha,…

Protestos do Deputado do CH Filipe Melo. … e, sempre que possível, pedem que seja feito pelos privados, subsidiando os privados e, mesmo assim,

só porque tem mesmo de ser. É um Estado que «sai da frente!», dizem eles, esquecendo que sair da frente, na verdade,… Protestos do Deputado do CH Filipe Melo. … é deixar cair os mais frágeis perante os mais fortes, que sair da frente é deixá-los nas mãos do mercado

e das suas falhas. Sair da frente é mesmo expor os nossos direitos a essas falhas: o direito à saúde, à água, à mobilidade, a capacidade de financiamento das nossas empresas, a segurança aérea, o regadio, as minas, as infraestruturas de abastecimento alimentar, a garantia de uma comunicação social de serviço público.

Protestos do Deputado do CH Filipe Melo. Sim, tudo isto é setor empresarial do Estado. E bem pode a direita encher a boca deste palavrão nos seus

programas, pode fazer dele um bicho-papão, o que vocês quiserem, mas isto é um conjunto de serviços que faz parte do dia a dia dos portugueses.

Respeitem lá os portugueses e sejam claros: o que é que estão a pôr em causa? São os hospitais? É o metro? São os teatros nacionais? Será que o privado vai mesmo assegurar os transportes em linhas deficitárias? Será que o SNS, como disse alguém este domingo na apresentação da AD (Aliança Democrática), deveria dar lucro? A custo de quem?

Na verdade, não dizem que opções fariam e esse é o verdadeiro desrespeito pelos portugueses. Não, as empresas públicas não são empresas privadas. Elas precisam, naturalmente, de uma gestão

adequada, mas fazem serviço público e é por isso que têm indemnizações, é por isso que têm injeções de capital. É por isso que a CP tem hoje um contrato de serviço público. E é graças à gestão do Partido Socialista que tanto a TAP como a CP tiveram, pela primeira vez na sua história, lucros, e lucros que continuarão.

Protestos do Deputado do CH Filipe Melo e da Deputada da IL Patrícia Gilvaz. Sr. Presidente, é bom que sejamos claros com os portugueses: o setor empresarial do Estado não é um fardo

para as contas públicas. Em 2014, quando Passos Coelho era Primeiro-Ministro e Montenegro era líder parlamentar, os prejuízos somavam quase 1700 milhões. Nós virámos a página, mas não foi só da austeridade, foi mesmo do desrespeito pelo setor empresarial do Estado.

O Sr. Filipe Melo (CH): — A escola pública! O Sr. Miguel Matos (PS): — Até 2019 já eram 200 milhões de euros de lucro. Este último ano, como já foi

aqui divulgado, são mais de 400 milhões de euros de resultados positivos e que resultam de mais serviço, realmente, para as pessoas, com mais 25 % do volume do negócio e menos endividamento.

Isto, de facto, são opções políticas: em vez de estrangular e privatizar, comprometemo-nos e investimos nas empresas públicas.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir. O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr. Presidente, terminava dizendo que por trás destes números estão pessoas;

estão cidadãos que todos os dias conhecem uma realidade muito diferente do bicho-papão que a direita quer criar. Cidadãos cujas vidas não enfrentam obstáculos no acesso à água, saúde, cultura, mobilidade, porque esta