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7 DE MARCO DE 1996 15

entidade que € prestadora de um servigo, mas que nao é a

entidade que. € formadora e isso faz parte do mercado

_+as melhores tém éxito, as piores nado 0 tém—, mas 0

ue nds, sobretudo, nao desejamos € a intermediagao en-

quanto agente recebedor dos recursos comunitarios e na-

cionais, porque nos parece que essas entidades, sobretudo

go nivel de consultadoria, tem menos relagio légica com

a verdadeira razao de ser da formacao que é a geracao de

emprego. Por esta razio é que —e dizemo-lo muitas ve-

zes — elegemos a empresa, nao no sentido fisicista do

termo, mas no sentido de principal entidade geradora de

emprego com a principal sede de formagao profissional.

Quanto 4 quest&o dos funciondrio do DAFSE, no sen-

tido de’ saber se estes sao em numero suficiente, devo dizer

que, neste momento, pensamos que sim. E pensamos que

go em nimero suficiente, partindo também do principio

da contencado da despesa ptiblica —que € um elemento

que nao podemos deixar de ter em conta — e, sobretudo,

também tendo j4 em conta que este processo deste ano é

um processo de transigao, porque, com a reforma dos fun-

dos estruturais, passamos a gerir programas operacionais

que podem ter entidades gestoras que nao sao necessaria-

mente o DAFSE. Isto é, o DAFSE tera tendéncia para ser

cada vez mais o organismo interlocutor unico com Bru-

xelas, do ponto de vista do Fundo Social Europeu, mas

mais numa perspectiva de holding de controlo, e nao numa

perspectiva de gestor de programas. Por exemplo, quanto

ao programa operacional de formagio de activos nao qua-

lificados é mais o Instituto de Emprego ¢ Formagao Pro-

fissional que é gestor do produto do que o DAFSE. Hou-

ve, portanto, aqui uma tentativa de equilfbrio, embora

dificil, entre uma situagao que sabiamos ir acabar em 1989,

pois era o ultimo ano, e uma situagaio que, a partir de 1989,

nado exige um recurso tao sistematico a aprovagdo de pro-

jectos individualizados como os que neste momento vao

para Bruxelas.

Além disso, hé ainda outro facto, Sr. Deputado, que €

a dessazonalizagao da formagao profissional. O Fundo

Social Europeu tem a desvantagem, até agora, de ser um

produto de algum modo sazonal, porque as candidaturas

sio aprovadas em Margo, 0 dinheiro vem em Maio ou

Junho e a formagio profissional, co-financiada pelo Fun-

‘do Social, € concentrada nos Ultimos dois trimestres.

Eincorrecto do ponto de vista pedagégico, do ponto de

vista da reprodutividade social e é incorrecto do ponto de

vista de trabalho e da disciplina de trabalho interno ¢ até

de controlo. Esse elemento vai desaparecer com a refor-

ma dos fundos estruturais, sendo possivel dosear os varios

programas operacionais de acordo com as necessidades

do

Pais e as capacidades dos departamentos. :

O Sr. Deputado Guerra de Oliveira — que, alias, me co-

locou uma questao em primeiro lugar e a quem pe¢o

des-

culpa de s6 responder agora — colocou-me uma q

uestao

telativamente aos cortes em 1986 € 1987. Deste corte em

telagdo ao crédito inicial —0 chamado crédito de engage-

ment ou de compromisso — POsso referir-Ihe, pois, salvo

etro, tenho aqui os elementos relativos a 1986, qu

e, relati-

vamente a esse ano de 1987 ha trés tipos de razGes

para

a exist@ncia de um corte de 25 %. Pagh

Primeira razdo: entidades que nem sequer iniciaram

as

accdes € que desistiram & partida, tendo sido 0 dinh

eiro

devolvido a Bruxelas. Em 1986 esse valor foi de

1319 000 contos. Foram entidades que, entretanto, des

is-

tiram por qualquer razao e, consequentemente, ne

m sequer

chagaram a ter 0 dinheiro na sua posse.

Houve ainda outras entidades — e sao a maior parte —

que nao gastaram tudo. E devo dizer que acho curioso as

vezes falar-se em que ndo houve aproveitamento total

—e ja referi que os ntimeros sao semelhantes aos dos res-

tantes paises comunitérios — e nao sei se a critica era a

de que se gastasse mais, empolando custos. Penso que

gastar menos nao € necessariamente mal, até porque 0

orgamento da seguranga social, ou seja, os orgamentos

publicos nacionais, contribuem, parecendo-me o ajustamen-

to entre o real e 0 orcamento ser um caminho que deve

ser prosseguido faseadamente, como € ébvio. Mas — con-

tinuando — a segunda raz4o é nao se ter gasto 0 dinheiro

todo.

A terceira razao sao situagdes de irregularidades em que

foi cancelado, pura e simplesmente, 0 dossier e em que,

além de nao ter direito ao dossier de saldos, a entidade

ainda tem de restituir a parte inicial.

E creio ter respondido a todas as questdes que me

colocaram. :

O Sr. Guerra de Oliveira (PSD): — Mas, relativamente

2 eficdcia dos nossos servicos, ou seja, relativamente aquilo

que da Europa depois vem? Isto 6, se se pediu 4 Europa

100 e vieram de facto os 100 em 1986, houve cortes 14

que nao terao sido detectados ca.

O Sr. Secretario de Estado do Emprego e Formacao

Profissional: — Ainda bem que me coloca essa questao

porque tinha-me esquecido dela e é possivel — se depois

assim o entenderem — verificar, em termos de andlise

dinamica, 0 que € que se verificou relativamente aos dos-

siers de saldos de 1986 e 1987.

Em 1986, dos dossiers de saldos que foram para a

Comunidade relativos a algumas entidades, sobretudo aque-

las que estavam mais ligadas a consultadoria, esta enten-

deu que, mesmo assim, alguns custos eram excessivos €

cortou. Nao sei dizer agora os ntimeros, mas houve casos

concretos, embora isto ndo seja muito relevante.

Uma voz: — (Por nao ter falado ao microfone, nao foi

possivel registar as palavras do orador.)

O Sr. Secretario de Estado do Emprego e Formacao

Profissional: — Nao. J4 comegaram a haver. Vieram

cerca de 3 milhdes de contos. Sao as proprias Comunida-

des que 0 estao a dizer e estao praticamente numa situa-

do de que o grau de corte atinge cerca de 10 %, ou seja,

bastante inferior ao do ano passado e, sobretudo, porque

nés, na-andlise do dossier de saldos de 1987, feito em

1988, fizemos j4 cortes aqui, pois preferimos fazé-lo aqui

a que esses cortes fossem feitos, de uma maneira mais arbi-

tréria, discriciondria e com menos capacidade de recurso,

em Bruxelas. ;

Quanto & questao da Sr2 Deputada Elisa Damiao relati-

vamente ao desemprego, devo dizer-Ihe que esses elemen-

tos vém todos nos dados do INE — Instituto Nacional de

Estatistica, e que, portanto, os tem ao seu dispor. Essa é,

com certeza, uma quest@o que ultrapassa esta ‘Comissao

de Inquérito, mas os elementos estio 14 perfeitamente dis-

- criminados, quer do ponto de vistarda natureza do desem-

prego, quer do ponto de vista da idade, quer do das pro-

fissGes, etc.

Gostaria ainda de dizer, relativamente & questao que 0

Sr. Deputado Joao Cravinho colocou sobre as noticias que

yvém nos jornais, algumas mais rigorosas, outras menos,

que, como penso que temos todos experiéncia do que acon-