O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

840

II SÉRIE — NÚMERO 39

alimentar, as projecções da procura de cereais assumem um papel central, em virtude não só do seu peso directo no consumo alimentar dos países em desenvolvimento, mais ainda do peso indirecto através das produções animais nos países desenvolvidos.

Não obstante as incertezas a que estão sujeitas as projecções desta natureza, uma conclusão geral pode ser retirada: não serão os limites físicos à produção que impedirão a satisfação da procura alimentar mundial no ano 2000 (as principais dificuldades serão de natureza institucional, sócio-política). A superfície cultivada poderá aumentar cerca de 50% nos países desenvolvidos e duplicar nos países em desenvolvimento. No entanto, e para que a procura projectada possa ser satisfeita, será necessário que no ano 2000 os rendimentos da exploração agrícola aumentem de 50 % a 100 %. Embora este acréscimo possa ser difícil de realizar em certos países em desenvolvimento, é biologicamente possível alcançá-lo no estádio actual da técnica, também sendo pouco provável que condicionamentos em matéria de energia e produtos minerais se tornem relevantes (a produção alimentar não atinge 5 % do consumo global de energia).

A questão da subnutrição e da fome até ao fim do século será, pois, um fenómeno de natureza institucional, localizado, e resultante da desigual distri-

buição dos frutos do desenvolvimento económico; social e tecnológico à escala mundial, e não da escassez de recursos na terra.

A condicionante energética nos próximos vinte anos

Em matéria de energia, a análise dos recursos disponíveis, a evolução dos consumos futuros e as alternativas estratégicas levam a crer que será possível fazer face à procura até ao fim do século, não sem sobressaltos graves, prevendo-se que o processo de transição entre o sistema energético actual e os sistemas futuros possa durar cerca de cinquenta anos.

A relação do consumo de energia no PNB e a elasticidade do consumo em relação àquele agregado diminuem com a capitação do PNB: elasticidade muito superior a 1 nos países em desenvolvimento (da ordem de 1,3 a 1,5) e cerca de 0,7 a 0,8 nos países industrializados. Consequentemente, o consumo de energia deverá aumentar lentamente neste último grupo de países e rapidamente nos PEVD (crescimento demográfico forte, industrialização crescente), mas no fim do século um habitante dos países desenvolvidos ainda consumirá, em média, sete vezes mais energia que um dos países mais atrasados.

GRÁFICO II

Aprovisionamento de energia (*) no ano 2000

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: OCDE (Estudos Interfuturs).