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II SÉRIE — NÚMERO 93

ferência. Posso dar-vos um exemplo concreto — e certamente que ss mentes mais avisadas dirão que «dá este novamente aquele com a paranóia dos responsáveis» — que, quer vocês queiram, quer não, prejudica milhares de pessoas. Estou a referir-me ao problema da lixeira da Boba.

O problema da lixeira da Boba é um problema que se arrasta desde há anos e a Câmara Municipal da Amadora tem feito sucessivas diligências para resolver a situação. Ainda há pouco tempo decidiu que não permitiria mais que a Câmara de Lisboa continuasse a vazar o lixo da cidade na lixeira da Boba, posição esta que consideramos extremamente importante.

Quanto a nós, este exemplo da lixeira da Boba é significativo quanto às políticas de defesa do ambiente que têm sido seguidas. De igual forma, há ricas experiências de tratamento de lixos e de defesa do meio ambiente ao nível das autarquias.

Outra questão que nos parece importante, em termos de ambiente, é a do planeamento urbanístico, que também tem merecido grande atenção por parte das autarquias.

Em nossa opinião, a questão da defesa do meio ambiente é indesligável da preservação do património histórico e cultural. Nós comunistas, orgulhamo-nos de termos uma rica e variada experiência na defesa do património histórico e cultural do nosso país, através dos nossos militantes e das pessoas que trabalham nas autarquias locais.

Para terminar, gostaria de fazer uma rápida referência a algumas afirmações que foram feitas.

Teria muito interesse —e digo-o sinceramente — em discutir aqui as teses de Mendel ou de Gunther Frank, mas penso que este não é o local indicado para o fazer. Reservar-me-ei para discuti-las daqui a mais uns minutos, com um copinho e com qualquer coisa para comer, porque estas discussões, às vezes, desgastam muito o estômago e convinha que pudéssemos conversar sobre isso com um maior substrato alimentício.

Mas o que eu queria dizer era que não fujo à discussão e estou aberto a conversar sobre essas questões.

Apltmsaa.

Q Sr. Presidente:—Tem a palavra o Sr. Conferencista Pedro Oliveira, da Associação dos Escuteiros

de Portugal

O Sr. Peápo Oliveira (Associação dos Escuteiros de Portugal): —Estive, faz um mês, em Estrasburgo num seminário organizado pelo Bureau Europeu do Escutismo e Gujdismo subordinado ao tema «Ecologia», tendo sido esbatidos vários assuntos.

Umas das coisas curiosas que aconteceu foi que, estando presentes 19 países, representando 41 organizações, todos eles foram unânimes em criticar de alguma forma a acção dos movimentos ecologistas nos vários países da Europa.

Quanto ao papel dos escuteiros, chegámos à conclusão de que a nossa intervenção no campo do ambiente deveria ser extremamente rica na área da educação e da sensibilização.

Uma das nossas ideias concretas —já que foi aqui dito que não foram formuladas nenhumas — era a de que se começasse a fazer, ao nível do ensino primário.

uma sensibilização aos jovens sobre a natureza, não só vegetal, que é um dos grandes problemas que nos preocupa, mas também animal, a qual ainda não foi aqui abordada.

Pensamos que se deveria fazer uma sensibilização sobre o relacionamento com a natureza diária, na cidade e no campo, e com os animais.

Estamos numa sociedade onde ainda hoje se anda às voltas com o direito animal, que ainda não está definido; estamos numa sociedade em que os problemas do lixo —que ainda agora foram levantados — continuam a ser graves em termos ambientais.

Por outro lado, também há os problemas ligados aos animais, nomeadamente o das caçadas, que continuam a ser realizadas sem um mínimo de controle. Por exemplo, os movimentos migratórios das aves estão a sofrer perturbações em virtude das caçadas, que desviam as aves das suas rotas habituais.

Ê também necessário criar-se um ambiente de vida, o que de certo modo é esquecido, a começar pelas escolas. Verifica-se que há uma falta de ambiente escolar que faz com que haja uma certa rejeição por parte dos jovens, que, quando saem das escolas, continuam a rejeitar todo o ambiente que encontram à sua volta.

Nas cidades, cada vez mais é esquecido o espaço para a natureza. Por isso, pensamos que através de uma sensibilização ao nível das escolas talvez se possa daqui a uns tempos encontrar jardins como encontramos em alguns países da Europa.

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Conferencista António Eloy, dos Amigos da Terra — Associação Portuguesa de Ecologistas.

O Sr. António Eloy (Amigos da Terra — Associação Portuguesa de Ecologistas):—Vou começar por dirigir-me ao Pedro Oliveira, que referiu várias críticas que foram feitas aos movimentos ecologistas da Europa numa reunião de escuteiros.

Dado que não estive presente nessa reunião, e como somos um movimento ecologista que, igualmente, faz várias críticas aos movimentos ecologistas da Europa, penso que, se o Pedro Oliveira tivesse concretizado melhor a sugestão crítica que deixou no ar, talvez pudéssemos encontrar uma base de convergência.

De festo, criticamos fortemente uma determinada vertente do movimento ecologista que deu passos concretos em relação a uma certa actividade político-parti-dária.

Acítmcs que isso é nocivo para uma aproximação global dos problemas do ambiente, pois pensamoa que os problemas do ambiente não se devem enquadrar nums capelinha partidária, mas antes englobar uma área tão vasta quanto possível. Por isso, devo dizer que não há aecihum sectarismo da minha parte, e é com algum agrado que vos digo que tem havido alguma convergência da Associação Portuguesa de Ecologistas com câmaras APU. Acho que as cântaras APU têm, em muitos casos, feito um trabalho notável ao nível da preservação do património natural s cultural. Ê evidente que esta apreciação positiva de um trabalho que é feito nalgumas áreas não põe de parte críticas que, eventualmente, façamos em outros âmbitos.