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16 DE OUTUBRO DE 1987

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Do desenvolvimento de Gouveia durante o século xvm são testemunhas vários solares e igrejas — Palácio dos Marqueses, Palácio dos Condes de Vinho e de Almedina, Igrejas de São Pedro, São Julião e Senhor do Calvário, misericórdias de Gouveia — e, acima de tudo, o Colégio dos Jesuítas, actuais Paços do Concelho, casa de cultura de grande imponência, de assaz importância regional, onde se ministravam aulas de nível universitário.

Gouveia ganhou, porém, uma outra dimensão económica na segunda metade do século xix com o grande incremento da indústria de lanifícios, tendo merecido o nome de «Tear da Beira»; em 1873 existiam na sua área 23 fábricas de tecidos, com 192 teares manuais, e um ano depois era instalada a primeira máquina a vapor.

Foi esta actividade que deu cunho à maneira de ser dos Gouveenses e determina que, ainda hoje, cerca de 40% da população activa se empregue no sector secundário.

Para além da actividade industrial, a agricultura é o segundo sector em importância, com especial destaque na vinicultura, na olivicultura e na pecuária, sem esquecer a existência de um comércio florescente e de uma actividade turística em franca expansão.

Gouveia é sede de concelho rural de 1.a classe e fiscal de 2." classe, pertencendo ao distrito da Guarda, em cujo círculo judicial se integra a sua comarca.

Está integrada na diocese da Guarda e no distrito judicial de Coimbra.

Composto por 22 freguesias, o concelho tem actualmente uma população de 25 000 habitantes.

O concelho de Gouveia é atravessado por duas vias principais — a estrada nacional n.° 17, que liga Coimbra a Vilar Formoso, e a estrada nacional n.° 232, que liga a serra da Estrela à região de Viseu. As distâncias a que se encontra dos principais centros urbanos fazem de Gouveia um local privilegiado: a 50 km da Guarda, a 40 km de Viseu, a 65 km da Covilhã, a 90 km de Espanha, a 100 km de Coimbra, a 180 km do Porto e a 300 km de Lisboa.

Terra de operários e de pastores, é Gouveia, no entanto, rica em valores humanos, destacando-se os seus filhos nos mais diversos domínios, desde a ciência (Bento de Moura Portugal) às letras (Vergílio Ferreira e Barros Lobo), na política (D. Antonio de Serpa Pimentel e Pedro Botto Machado) e na igreja (cardeal patriarca de Lisboa, D. António Mendes Belo).

Terra de turismo, porta privilegiada de entrada na serra da Estrela, Gouveia é hoje rota obrigatória de milhares de visitantes da região serrana, pelos seus museus, monumentos e paisagens, dispondo de magníficas instalações hoteleiras, cafés, restaurantes e parque de campismo.

Centro da indústria de lanifícios, aqui se situam algumas das maiores empresas têxteis da região, muitas das quais com actividade centenária — neste momento em fase de reconversão e a realizar investimentos de centenas de milhares de contos; não se estranha, pois, que Gouveia seja sede do Sindicato dos Lanifícios dos Distritos da Guarda e de Viseu.

Terra progressiva e moderna, possui Gouveia um conjunto de equipamentos praticamente ímpares na região, dos quais salientamos os seguintes:

Hospital, com serviço de urgência permanente; Centro de saúde;

Serviço de luta anti-tuberculosa; Várias farmácias; Centro de medicina desportiva; Teatro-cine, para 600 pessoas; Biblioteca municipal;

Museu de Arte Moderna ou Mestre Abel Manta;

Museu de Arte Sacra;

Escola secundária, até ao 12.° ano;

Escola preparatória;

Colégio diocesano, até ao 9.° ano;

Seminário da União de São João;

Convento da Casa Rainha do Mundo;

Escola de artesanato;

Duas escolas pré-primárias;

Escolas primárias;

Moderna creche-infantário;

Centro de dia para a terceira idade;

Lar de terceira idade (em construção);

Corporação de bombeiros voluntários, com amplo

quartel; Estádio municipal; Pavilhão gimnodesportivo; Rinque de patinagem; Parque de campismo; Piscina municipal e campo de ténis; Auditório municipal, para 5000 pessoas; Estação de caminho de ferro; Mercado municipal e feira semanal; Matadouro regional; Quatro agências bancárias; Centro de actividades económicas e artesanato; Serviços do Parque Natural da Serra da Estrela; Centro republicano; Parque industrial;

Secção da Polícia de Segurança Pública; Gabinete técnico local;

CTT, tribunal, repartição de finanças, delegação escolar, registo civil e predial, tesouraria da Fazenda Pública, cooperativa agrícola, cooperativa de olivicultores, adega cooperativa, notário, jardins, parques infantis, centros culturais, desportivos e recreativos, banda e escola de música, rancho folclórico, monumentos, Santa Casa da Misericórdia, etc.

Como centro urbano de importância regional, Gouveia dispõe ainda de:

Zona agrária, abrangendo os concelho de Seia, Gouveia, Celorico da Beira, Fornos de Algodres e Trancoso;

Administração florestal, abrangendo os concelho de Seia, Gouveia e Celorico da Beira;

Sede da Associação de Municípios do Alto Mondego/Serra da Estrela, abrangendo os concelho de Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia, Guarda, Fornos de Algodres, Celorico da Beira e Manteigas;

Comando de secção da Guarda Nacional Republicana, abrangendo os concelho de Gouveia, Seia, Fornos de Algodres, Celorico da Beira e Aguiar da Beira.

Por todas as razões invocadas, nomeadamente as de carácter histórico, Gouveia reúne todas as condições para ser elevada à categoria de cidade, justificando plenamente a presente proposta.