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9 DE DEZEMBRO DE 1989

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e foi doado em 1377 a D. João Afonso Telo, conde de Barcelos. As antigas casas de Azagães e da Póvoa pertenceram às brasonadas famílias dos Borges e dos Carvalhos.

Na Quinta da Costeira nasceu, em 19 de Novembro de 1830, D. Manuel Correia de Bastos Pina, bispo de Coimbra e 22.° conde de Arganil. Depois de se ter formado em Direito, enveredou pela carreira religiosa, sendo ordenado presbítero em 18S4. Vigário-geral da diocese de Bragança em 1855, indicado para idêntico cargo na diocese de Viseu no ano seguinte, viria a ser sagrado bispo de Coimbra em 1872.

O bispo Bastos Pina era culto, esmoler e generoso, desenvolvendo uma notável acção social com a criação e protecção de asilos e hospitais do seu bispado. Deixou uma valiosíssima biblioteca, composta por um grande número de provisões, cartas pastorais, portarias e ainda interessantes estudos sobre a Sé Velha de Coimbra e os Mosteiros de Lorvão e de Santa Clara. É da sua iniciativa a criação do Museu de Arte Sacra da Sé Catedral de Coimbra e deve-se-lhe também a fundação de uma cadeira de Filosofia no seminário e a instituição da Academia de São Tomás. Conhecia como poucos a arte de viver em sociedade, e isso lhe trouxe grande prestígio.

Foi aqui tradicionalmente a arte de marcenaria e de entalhador, que as gerações modernas ainda continuam, com maravilhosas interpretações de mobiliário antigo. Para a restauração do altar-mor da Sé Velha de Coimbra, levou o bispo Bastos Pina os irmãos entalhadores António e José Ferreira dos Santos.

Com o fim de criar emprego numa época de grande crise, em que a fome alastrava, D. Manuel Correia de Bastos Pina mandou construir o votivo Santuário de Nossa Senhora de Lurdes, cujas obras tiveram início em 1898 e foram dadas por concluídas em 31 de Agosto de 1902, dia grande da sua inauguração.

Na fachada principal encontram-se quatro esculturas em granito dos Evangelistas. A decoração dos tectos foi executada pelo artista lisbonense José Maria Pereira Júnior, conhecido por Pereira Cão. Os azulejos são do artista conimbricense Miguel Costa, um dos do grupo de renascença artificinal da Escola Livre das Artes do Desenho. Reproduzem quadros conhecidos da vida de Cristo e da Virgem.

No vasto recinto anexo avulta um obelisco granítico perpetuando a visita, em 24 de Julho de 1910, do monarca reinante, D. Manuel II.

Ao bispo Bastos Pina ficou a dever-se ainda a criação, em 1888, da Banda de Música de Carregosa, secular instituição artística e cultural que se mantém em alto nível de execução.

Da antiga casa dos morgados da Póvoa, do meado do século xvni, apenas se conserva a entrada, obra de rara imponência onde avulta o brasão com as armas das famílias Carvalho, Pereira, Silva e Coelho.

A igreja matriz, ampla, terá sido construída nos meados do século xvh.

Pelos anos de 1915-1916, foi fundado em Azagães um colégio particular, que ministrava o ensino primário e secundário aos dois sexos.

A iniciativa partiu de três sacerdotes católicos: o padre Alfredo Aguiar, professor e publicista; seu irmão padre Joaquim de Aguiar, que foi capelão militar na Primeira Grande Guerra (1914-1918), e o padre Alírio Melo, escritor e poeta.

Este colégio foi dos primeiros que se fundaram no concelho de Oliveira de Azeméis.

Os carregosenses também cultivaram sempre a arte de Taima, ou seja o teatro, quando as circunstâncias o permitiam. É um excelente meio de cultura.

São conhecidas e representados por eles as comédias, os dramas e, principalmente, revistas de carácter local, que muito divertiam o público.

É que aos habitantes de Carregosa sempre interessaram as actividades culturais.

No cume da serra do Pereiro, a uma altitude de mais de 500 m, encontra-se o chamado «Miradouro das Sete Cidades», tantas quantas as que dali se avistam.

Poder-se-á afirmar que a freguesia de Carregosa tem uma aptidão natural para a indústria. Já em 1858 o morgado da Póvoa fundou aqui uma fábrica de papel, com motor hidráulico, que seria premiada na exposição de 1861 da Associação Industrial Portuense.

Mais recentemente, nas últimas décadas, poder-se-á dizer que a freguesia de Carregosa vem atravessando um período de autêntica explosão industrial, aqui se situando numerosas empresas de elevada tecnologia.

Vejamos, em síntese, alguns elementos estatísticos que servem de indicador para que se possa avaliar do valor sócio-económico da freguesia:

Área — 14 km2;

População — 4500 habitantes;

Número de eleitores — 2914;

Electricidade — 100%;

Água — 70%;

Recolha de lixo — 100%.

Equipamentos colectivos

Sede da Junta. Unidade de saúde. Estação dos CTT. Farmácia.

Extensa rede de transportes públicos. Carro de praça.

Onze salas de aula, com uma frequência de 340 alunos. Três jardins-de-infância, com uma frequência de 63 crianças.

Posto oficial da Telescola, com uma frequência de 82 alunos.

Creche e infantário, com uma frequência de 105 crianças.

Equipamento em adiantada fase de arranque

Centro de dia para a terceira idade. Agência bancária. Zona industrial da Fontanheira. Biblioteca pública.

Cultura e desporto

Banda de música instalada em sede própria. Centro social, cultural e recreativo. Juventude Desportiva de Carregosa. Sociedade de Columbofilia. Comissão de assistência social. Grupo Estrela Azul. Grupo coral.

Comércio

Cafés.

Mercearias.

Talhos.