O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2-(522)

II SÉRIE-A — NÚMERO 1

translogarítmica para a função custos unitários. Assumindo expectativas estáticas relativamente aos preços dos factores e do produto, a solução do problema de minimização de custos permite a derivação dos valores de equilíbrio de longo prazo para os factores, C c fC. Obtém-se assim os valores de longo prazo da procura de factores que são, nomeadamente, função do custo real dos factores de produção, ou seja, do custo real do capital e dos salários reais. Note-se que, tal como acima se indicou, o custo nominal do trabalho, w, e o custo nominal do capital são tomados como fixos. O custo nominal do capital é aproximado por

qk = i* + 5 + 6 + o

em que o representa a depreciação do stock de capital e é tomada exogenamente.

Acontece, porém, que, embora estas funções procura de factores constituam uma descrição adequada do comportamento de longo prazo, em cada momento, a economia não se encontra necessariamente sobre o valor correspondente à sua trajectória de longo prazo. Concretamente, a existência de custos de ajustamento leva a que, em cada momento, a procura, efectiva dos factores de produção se afaste dos valores correspondentes ao equilíbrio de longo prazo. Por outras palavras, os ajustamentos não são instantâneos e esse facto deverá ser incorporado explicitamente no modelo.

A consideração explícita destes aspectos levou à adopção de uma formulação em que se assumiu que, em cada momento, os níveis de procura de capital e trabalho são dados por uma formulação de ajustamento parcial que genericamente se pode escrever como:

*, = ;yK*-K,_.) + yL*-£,_,)

Desta forma, consideram-se explicitamente as inte-relações dinâmicas entre capital e trabalho. A consideração destas funções procura de factores permite uma aproximação de primeira ordem à função oferta; uma vez obtidas as quantidades procuradas de capital e trabalho em cada ano assume-se que a oferta acomoda sempre e integralmente estas procuras. A procura e oferta agregadas neste modelo são inteiramente compatíveis. De facto, é a equação da formação bruta de capital fixo do sector empresarial (componente da procura agregada) que funciona neste modelo como uma aproximação de primeira ordem à função de oferta agregada.

Por outro lado, a procura (consumo agregado) é consistente com a evolução do rendimento disponível que depende parcialmente da evolução da massa salarial que depende da procura (dinâmica) de trabalho.

Refira-se ainda que neste modelo, em vez da consideração directa do excedente bruto de exploração das empresas, se utilizou o seu simétrico, ou seja, que a evolução no tempo do excedente,, bruto de exploração é monitorizada pela evolução dos custos unitários de trabalho. Estes elementos poderão ter importância considerável na dinâmica de curto prazo do modelo pois indiciam a capacidade de as empresas autofinanciarem o seu investimento.

A capacidade de produção em cada ano é ainda função de factores não considerados directamente, no modelo mas que poderão ser nele introduzidos recorrendo para o efeito a modelos de equilíbrio geral dinâmicos para a economia portuguesa, dado que se considerou explicitamente a

existência de um resíduo neutro à Hicks. Em particular, os impactes da acumulação de capital físico de carácter infra--estrutural e da acumulação de capital humano poderão ser coerentemente incorporados no modelo como correspondendo a um resíduo tecnológico neutro à Hicks.

Bloco do sector público

As despesas e receitas do sector público são consideradas a nível desagregado por forma a, nomeadamente, possibilitar uma melhor descrição dos canais de transmissão da política orçamental. Em particular, o modelo permite captar os impactes dos impostos indirectos nos preços assim como os efeitos de variações dos impostos directos no rendimento disponível. Por outro lado, fornece também uma quantificação do impacte do consumo público na despesa.

O modelo apresenta um elevado grau de desagregação do lado das receitas fiscais, fornecendo, para os principais grupos de impostos, uma quantificação das receitas e respectivas bases fiscais. Esta quantificação é feita interactivamente com os modelos de calculadores fiscais actualmente disponíveis.

Equilíbrio e estática comparada

A consideração conjunta da procura e oferta agregadas permite a apresentação estilizada do funcionamento do modelo. No contexto da estrutura genérica sumariamente descrita, o modelo permite o cálculo, em cada ano, e dado um determinado cenário de variáveis exógenas (procura externa, taxa de juro externa, taxa de câmbio esperada, comportamento dos preços internacionais das exportações, das importações de bens e serviços e das importações de petróleo, taxa de juro activa, taxa de crescimento dos salários nominais do sector empresarial e do sector público), dos valores de equilíbrio para cada um dos principais componentes da procura agregada (consumo privado, consumo público em bens e serviços correntes, investimento total, exportações e importações de bens e serviços). Os valores de equilíbrio de cada um destes componentes da procura agregada são consistentes com um determinado produto de equilíbrio, resultante da interacção da procura e oferta agregadas. Este equilíbrio é também caracterizado por uma dada taxa de crescimento de preços. O equilíbrio num dado ano pode ser representado pelo ponto (p\ q') na figura A.2.

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Note-se que as procura e oferta agregadas são definidas para uma dada evolução dos termos de troca e que, çortanio, dependem de outros factores específicos de uma economia aberta como a portuguesa. Por outro lado, é de salientar