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16 DE OUTUBRO DE 1997

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1.2 Economia Portuguesa 1.2.1 Procura

O biénio 1996-1997 constitui para a economia portuguesa um período de expansão aliada à concretização de ganhos no processo de convergência nominal. Portugal revelou-se, neste período, como uma das economias mais dinâmicas no conjunto dos países da União Europeia, apresentando um ritmo de crescimento superior a 3 por cento, mais de um ponto percentual (em média anual) acima da laxa de crescimento da União Europeia.

No ano de 1997 deverá assistir-se de novo a uma melhoria dos principais indicadores da economia, prevendo-se o reforço do crescimento económico e o cumprimento estrito dos critérios para a participação na terceira fase da União Económica e Monetária, registando-se, paralelamente, uma ligeira redução na taxa de desemprego.

Ao longo de 1997, a actividade económica revelou um comportamento bastante vivo beneficiando da evolução favorável da procura interna. O investimento reforçou o dinamismo observado em 1996, dando o maior contributo para o crescimento do Produto Interno Bruto, enquanto o consumo privado apresentou, em termos globais, uma evolução mais positiva que no ano anterior. As exportações recuperaram na generalidade dos sectores, esperando-se, no entanto, uma desaceleração em 1997, em virtude do esgotamento do contributo extraordinário do sector automóvel. As importações evoluíram em consonância com o crescente dinamismo da procura global, excedendo o crescimento das exportações. Tal evolução deverá conduzir a um ligeiro agravamento do contributo negativo da procura externa líquida para o crescimento do Produto Interno Bruto.

Para o conjunto do ano de 1997 estima-se que o crescimento económico venha a situar-se em torno de 3,5 por cento. O diferencial de crescimento em relação à média da União Europeia manter-se-á favorável a Portugal, em cerca de um ponto percentual, veritlcando-se, assim, pelo segundo ano consecutivo, progressos no processo de convergência real da economia portuguesa.

Quadro 1-2 Despesa Nacional (Taxas de crescimento em volume, em percentagem)

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Consumo Privado

Nos primeiros meses de 1997, o consumo privado continuou a ser influenciado pela evolução do mercado de tra-balho e pela continuação de ganhos de poder de compra salarial, admitindo-se para a segunda metade do ano um comportamento mais dinâmico do que o registado no primeiro semestre. No conjunto de 1997, estima-se um crescimento real do consumo de 2,6 por cento, valor ligeiramente acima do alcançado no ano anterior.

Os indicadores do comércio a retalho, construídos a partir dos saldos de respostas extremas referentes ao volume de

vendas, actividade no mês e encomendas a fornecedores, apresentavam níveis médios nos primeiros oito meses do ano superiores aos registados no período homólogo de 1996, sugerindo uma evolução global mais positiva para o consumo de bens comercializados neste sector no período em análise relativamente ao período homólogo de 1996 (Gráfico 1-2).

No entanto, a análise por tipos de bens sugere rirmos de evolução diferenciados nas diversas componentes. A informação disponível aponta para o aumento das despesas das famílias em bens duradouros, excluindo automóveis. Com efeito, o índice de produção relativo às indústrias de fabricação de aparelhos electrodomésticos aumentou, em termos homólogos, cerca de 9 por cento nos primeiros sete meses do ano. O índice de volume de vendas no comércio a retalho de móveis e artigos de mobiliário registou, nos primeiros cinco meses do ano, um aumento nominal de 12,4 por cento, face a igual período do ano anterior. As importações de bens de consumo não alimentar (excluindo automóveis) registaram no primeiro semestre do ano um crescimento real próximo de 15 por cento. Também o crédito a particulares, para a aquisição de bens de consumo, registou acréscimos significativos, especialmente nos prazos superiores a 5 anos, tendo atingido taxas de crescimento da ordem dos 90 por cento no primeiro semestre.

O aumento do consumo deste tipo de bens poderá ter afectado a despesa em bens de consumo corrente não alimentar. Este comportamento pode ser explicado pela rea-fectação das despesas em bens de consumo num período em que ocorreu um aumento significativo na aquisição de habitação por parte das famílias, a avaliar pelo elevado crescimento do crédito bancário concedido para este fim.

Em sentido contrário evoluíram as, despesas com a aquisição dc automóveis e combustíveis, prevendo-se uma desaceleração, no conjunto do ano, no crescimento destas componentes face ao verificado em 1996. As vendas de automóveis ligeiros de passageiros novos registaram no período Janeiro a Agosto um decréscimo de 2,9 por cento (tendo aumentado 6,4 por cento no mesmo período de 1996). No entanto, o número de automóveis ligeiros de passageiros matriculados situou-se, neste período, 6,3 por cento acima do nível de 1996, o que é explicado pelo forte aumento da importação de veículos usados. As vendas de gasolina, por seu turno, aumentaram 0,8 por cento de Janeiro a Agosto (2,5 por cento no período homólogo de 1996).

Gráfico 1-2 Indicadores de Consumo

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Investimento

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). deverá registar em 1997 um crescimento acentuado; alicerçado no forte aumento registado pelas componentes construção e material de transporte. O investimento em máquinas deverá contribuir igualmente de forma positiva mas em menor grau que