O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12-(538)

II SÉRIE-A — NÚMERO 2

em 1996. Em termos reais, espera-se um crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo da ordem dos 9,5 por cento, bastante acima do valor de 3 por cento estimado para a média da União Europeia.

O investimento público contribuiu para o forte crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, que beneficiou, também, do comportamento mais favorável dos restantes sectores institucionais.

Com efeito, o investimento das famílias em habitação registou grande dinamismo e o investimento empresarial recuperou. A apreciação da evolução do investimento em habitação é consistente com os dados relativos ao crédito bancário concedido a particulares para habitação que, no primeiro semestre, cresceu cerca de 38 por cento, em termos homólogos. A significativa redução das taxas de juro do crédito à habitação constituiu o principal estimulante na procura de habitação por parte das famílias. A generalidade das instituições bancárias praticou taxas indexadas às taxas do mercado monetário interbancário, as quais acompanharam os sucessivos cortes nas taxas de intervenção do Banco de Portugal. Estas descidas traduziram-se, por sua vez, em reduções significativas nos encargos financeiros com a habitação. Tomando como referência a LISBOR a 6 meses, verifica-se que esta taxa conheceu acentuadas diminuições, tendo passado de 8,875 por cento no final de 1995 para 5,05 por cento no final de Setembro último.

Por sua vez, os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Investimento de Abril último, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, mostram uma revisão em alta das intenções de investimento em 1997, tendo-se apurado um crescimento nominal de 5 por cento para o total do investimento empresarial. Este resultado compara com o valor de -2 por cento apurado no inquérito precedente.

A aceleração da procura interna, a melhoria registada nas opiniões dos empresários quanto à evolução das exportações, a expansão da capacidade produtiva, traduzida num aumento de 1,3 pontos percentuais na respectiva taxa de utilização na Indústria Transformadora, no primeiro semestre do ano, e a continuação da redução das taxas de juro constituíram factores favoráveis ao investimento produtivo.

A evolução positiva do investimento empresarial é consistente com o andamento favorável da procura de bens de equipamento ao longo de 1997. Esta evolução é confirmada, principalmente, pela evolução positiva das vendas de veículos comerciais (aumentaram cerca de 26 por cento em termos acumulados nos primeiros oito meses do ano) e pelas importações de bens de equipamento, excluindo material de transporte, que cresceram, em termos reais, de Janeiro a Jurtho, cerca de 13 por cento (considerando o deflator referente ao primeiro trimestre), face a idêntico período do ano anterior. As opiniões e perspectivas dos empresários relativas à evolução das vendas de bens de investimento no comércio por grosso sugerem igualmente uma melhoria na procura deste tipo de bens.

Gráfico 1-3 Indicadores de Investimento

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

A Formação Bruta de Capital Fixo em construção registou um forte crescimento ao longo do ano de 1997,

estando este comportamento principalmente associado ao elevado volume de obras de engenharia civil em curso. Esta evolução é comprovada pelo comportamento das vendas de cimento para o mercado interno que aumentaram 16 por cento de Janeiro a Agosto (0.9 por cento no período homólogo do ano anterior). A análise do consumo de materiais de construção por tipo de obras revela que o grande dinamismo se verificou ao nível das obras públicas e na construção de habitação. Outros indicadores confirmam esta evolução, como sejam, o valor dos trabalhos realizados (aumentou cerca de 52 por cento de Janeiro a Agosto), o aumento no crédito concedido para habitação e o número de licenças emitidas pelas câmaras municipais para a construção de novas habitações, que aumentou 10,3 por cento, em termos homólogos, no trimestre terminado em Abril.

Comércio Externo

Em 1997 a evolução das trocas comerciais portuguesas com o exterior reflectem, do lado das importações, o acréscimo da procura interna e a aceleração da actividade económica e, do lado das exportações, o crescimento moderado da actividade económica nos principais países clientes de Portugal, bem como a diluição do impacto das exportações da AutoEuropa. Deste modo, as importações de bens e serviços apresentaram-se mais dinâmicas do que as exportações, no primeiro semestre do ano, estimando-se, para o conjunto do ano, um crescimento real da ordem dos 9 e 8,2 por cento, respectivamente.

O crescimento das importações a um ritmo superior ao das exportações deverá traduzir-se, de novo, num contributo negativo da procura externa líquida para o crescimento do Produto Interno Bruto (-0,9 pontos percentuais que compara com -0,3 pontos percentuais em 1996).

As importações acentuaram o ritmo de crescimento alcançado no último trimestre de J996, acompanhando a aceleração da procura interna e dá actividade produtiva. No primeiro semestre do ano, as importações de mercadorias atingiram um crescimento real de 11 por cento (considerando o deflator reportado ao primeiro trimestre). Para este aumento contribuíram fundamentalmente os bens de consumo não alimentar, os bens intermédios e os bens de.equipamento.

As exportações de bens e serviços deverão crescer a um ritmo ligeiramente inferior ao registado em 1996. Esta pequena desaceleração é atribuída ao menor crescimento das exportações de mercadorias que apresentavam, no primeiro semestre do ano, um crescimento real, em termos homólogos, de 7 por cento, quando no mesmo período do ano anterior tinham aumentado 13 por cento. Este comportamento é explicado pelo fraco desempenho revelado ao longo da primeira metade do ano pelas economias europeias tidas como principais mercados de destino da produção nacional, e também pelo efeito específico atrás mencionado da evolução das exportações de automóveis. Por sua vez, a componente dos serviços deverá registar uma recuperação, suportada pelo acréscimo significativo das receitas de turismo. No período Janeiro a Julho, esta componente registou um aumento, em termos reais, estimado em 14 por cento (contrastando com a quebra de 2,9 por cento verificada em 1996).