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16 DE OUTUBRO DE 1997

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marco. No entanto, e devido às diferentes posições cíclicas e expectativas de política monetária, a apreciação do dólar americano e da libra esterlina levou a uma depreciação de 3,2 por cento da taxa de câmbio efectiva nominal do escudo no período Janeiro-Setembro do corrente ano.

Gráfico 1-17 Taxa de Câmbio do Escudo face ao Marco

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Tendo o último realinhamento do escudo no âmbito do Mecanismo de Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu ocorrido em Março de 1995, e mantendo-se o escudo estável desde então, transaccionado numa banda estreita em torno da paridade central, pode afirmar-se que Portugal cumpre actualmente o critério de convergência da "estabilidade cambial".

A estabilidade cambial, o processo de consolidação orçamental e a redução do diferencial de inflação face aos padrões comunitários estiveram associados à política de redução das taxas de juro de intervenção do Banco de Portugal. Entre Janeiro e Setembro, o Banco de Portugal desceu por cinco vezes a taxa de cedência regular de liquidez, perfazendo 120 pontos base, para 5,5 por cento. Também as taxas de absorção regular de liquidez e da linha de crédito diária ("facilidade automática") foram alteradas por quatro vezes entre Abril e Setembro, num total de, respectivamente, 100 e 110 pontos base para 5,2 por cento e 7,2 por cento. Deste modo, a amplitude da banda onde se situa a cedência de liquidez estreitou-se de 2,1 pontos percentuais para 2 pontos percentuais.

Acompanhando a evolução das taxas de intervenção, as taxas de juro dos mercados monetários registaram uma diminuição ao longo de 1997, especialmente nos prazos mais curtos. As taxas de juro de operações com prazo até um mês desceram; em média, cerca de 1,2 pontos percentuais, enquanto os prazos acima de seis meses desceram um pouco mais de um ponto percentual. Também no sector obrigacionista, as taxas de rentabilidade se reduziram, embora ligeiramente menos do que as taxas de juro de curto prazo, assistindo-se a uma deslocação para baixo da respectiva curva de rendimentos.

Esta tendência é também evidente nas taxas de juro das operações bancárias activas e passivas, tendo os empréstimos e outros créditos de operações de 91 a 180 dias registado a maior diminuição. Dentro destas, e no período de Janeiro a Julho, saliente-se as descidas de 3 e 4 pontos percentuais, respectivamente, para o crédito a empresas privadas não financeiras e para particulares.

Globalmente, verificou-se a continuação da diminuição dos diferenciais de taxas de juro face à generalidade dos

países, nomeadamente face à Alemanha e Estados Unidos da América, tendo-se verificado, pela primeira vez, diferenciais de longo prazo negativos face aos Estados Unidos da América e Reino Unido, bem como um mínimo histórico de cerca de 0,45 pontos percentuais face à Alemanha e outros core markets europeus. Esta evolução atesta a credibilidade que os mercados atribuem apolítica económica prosseguida por Portugal.

Gráfico 1-18 Diferenciais de Taxas dc Juro dc Longo Prazo (Obrigações Benchmark a 10 anos)

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O agregado monetário em sentido lato (L) evidenciou uma desaceleração ao longo dc 1997, apresentando em Julho uma taxa de crescimento de 7,4 por cento relativamente ao mês homólogo de 1996. O comportamento do L" reflecte a aceleração do agregado Ml", que cresceu 14,5 por cento em termos homólogos e da quase moeda que vem registando uma desaceleração significativa, tendo crescido apenas 3,8 por cento em Julho, o que compara com os 10,1 por cento do mês homólogo e com os 8,5 por cento em Dezembro de 1996.

No mesmo período, o crédito interno bancário teve uma taxa de crescimento de 15 por cento, superior à de 1996 (11,4 por cento). Esta evolução reflecte essencialmente o comportamento do crédito a empresas e particulares, já que nos primeiros meses de 1997 manteve-se a tendência de queda do crédito líquido ao Sector Público Administrativo, tendo este agregado registado uma descida homóloga de 15,2 por cento, o que compara com uma variação negativa de 5,8 por cento em Dezembro de 1996.

1.2.8 — Mercado de Capitais

Nos primeiros nove meses de 1997, o mercado de capi,-tais português registou um grande dinamismo, em linha com a evolução de outras praças a nível mundial, bem como pela consolidação e alargamento do espectro de produtos transaccionados na Bolsa de Derivados do Porto (BDP) aos futuros sobre acções de empresas.

O índice de cotações de acções da Bolsa de Valores de Lisboa (BVL30) aumentou 65,5 por cento entre Dezembro de 1996 e Setembro do corrente ano, bastante acima da média das bolsas europeias e mundiais. Devido a esta valorização significativa das acções e à admissão em bolsa da EDP — Electricidade de Portugal, a capitalização bolsista em acções registou, em Setembro, um acréscimo de 72,8 por cento face a 1996, enquanto a capitalização bolsista total aumentou 29,6 por cento em igual período, contabilizando cerca de 80 por cento do Produto Interno Bruto contra 64 por cento em 1996. Por seu turno, o volume de transacções