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19 DE FEVEREIRO DE 1998

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o culto ao apóstolo. Já nas últimas décadas do século XIX, com a construção da estrada real da Lixa a Ponte de Lima e consequente cruzamento no Alto da Lixa, a Lixa passou a ser o fulcro central e rodoviário de todas as vilas e cidades dessas províncias administrativas. O prolongamento pára além do Largo da Cruz veio a chamar-se Rua Nova (por contraposição precisamente a Rua Velha), onde se terão criado estalagens e cómodos para os viandantes que por aqui passavam. Mas para além das edificações da Rua Velha, no Largo da Cruz e na Rua Nova, construíram-se também casas ao longo de toda a ala nascente da estrada até ao Ladário e, mais tarde, nos séculos XVIII e XIX, do próprio lado poente.

3 — O combate histórico

Entre as terras que deixaram o seu nome ligado às lutas fratricidas travadas entre liberais e realistas conta-se a Lixa. Com efeito, no espaço territorial compreendido entre a hoje denominada Capela de Nossa Senhora das Vitórias e a Capela da Franqueira (demolida em Abril de 1970) travou--se, em 2 de Abril de 1834, um combate entre o exército do rei D. Miguel, comandado pelo brigadeiro José Cardoso, e o do rei D. Pedro IV, comandado pelo general José António da Silva Torres, que usou os títulos de barão do Pico do Celeiro, visconde da Serra do Pilar e de par do reino. Os realistas foram obrigados a fugir para Amarante e, depois de atravessarem a ponte sobre o Tâmega, seguiram para Trás-os-Montes. Este combate acabou por limpar o Minho de forças miguelistas e, com o norte do País perdido, D. Miguel acabou por retirar-se para o estrangeiro, contribuindo assim para que mais depressa se chegasse à Convenção de Évora Monte. Esta realizou-se em 26 de Maio de 1834, tendo-se rendido D. Miguel e ocupado o trono D. Maria II, filha de D. Pedro IV de Portugal e I"do Brasil. A partir da vitória das suas forças em Lixa, os liberais lixenses começaram a chamar a uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, venerada numa capelinha que existiu ao lado da actual Senhora das Vitórias, a Senhora da Vitória, promovendo-lhe no princípio do mês de Setembro de cada ano grandiosas festas, que ainda hoje atingem grande relevo.

4 — Etimologia da palavra «lixa»

Não se conhece bem a origem da palavra «lixa». Para uns derivará, por corruptela, de lisa, adiantando os defensores desta tese que antigamente, quando na terra não existia uma casa sequer, chamavam «terra lisa» ao terreno elevado e plano que começava na Cerdeira das Ervas e acabava no Alto da Lixa. Para outros, o nome advém-lhe de uma valorosa mulher romana que, nas guerras do seu tempo, ganhou o estatuto de heroína, muito se celebrizando. Em abono desta versão estaria o próprio significado da palavra latina «lixa», que era o de «mulher servente no exército, vivandeira». Para outros ainda, a Lixa hodierna teria sido filha, genuinamente heráldica, da romana Lixia. Contudo, Maurício Antonino Fernandes (in A Vila da Lixa — Escorço Histórico da Sua Formação) é peremptório em rejeitar todas estas teses, apoiando-se no filólogo francês Junct. Este autorizado filólogo, ao estudar o vocábulo «luxeil» no seu Dictionaire Étymologique Lalin, dá-o como proveniente de luxae ou luxovium e da família de lixa, termos celtas que não só significam fonte, nascente, mas também divindade ligada ao culto das águas e estâncias termais. De facto, parece ser esta a explicação filológica mais adequada."

5 — A vila da Lixa, depois cidade da Lixa

A povoação da Lixa foi elevada à categoria de vila pelo Decreto n.°22 382, de I de Abril de 1933, decreto esse que tinha sido aprovado em Conselho de Ministros realizado em 8 de Março desse ano. E assim foi progredindo a vila da Lixa, até que o bairrismo das suas gentes e o esforço desenvolvido na senda do progresso foi reconhecido pela Assembleia da República, que elevou a vila à categoria de cidade pela Lei n.° 39/95, de 30 de Agosto.

Sobre o concelho da Lixa 6 — Âmbito territorial

O concelho da Lixa será constituído pelas freguesias de Aião, Borba de Godim, Macieira da Lixa, Santão, Vila Cova da Lixa e Vila Verde, todas do concelho de Felgueiras, do distrito do Porto, e ainda pelas freguesias de Agilde e Fervença do concelho de Celorico de Basto, distrito de Braga. O actual concelho de Felgueiras tem 116 km2 de área e cerca de 44 000 eleitores. O novo concelho da Lixa terá uma área de 44 km2 e ficará a confrontar com os concelhos de Felgueiras, Celorico de Basto, Amarante e Lousada.

7 — Número de eleitores

O novo concelho de Lixa terá 10 000 eleitores. Destes, 5000 eleitores são residentes em aglomerado populacional contínuo, ou seja, na cidade da Lixa. A população residente, nomeadamente na cidade da Lixa, tem aumentado a ritmo acelerado, fruto também do grande surto verificado a nível da construção civil.

8 — Assistência médica

Existem postos dos serviços médico-sociais na cidade da Lixa, bem como na povoação da Serrinha, da freguesia de Santão, e no lugar de Marco de Simãès, da freguesia de Macieira da Lixa, e na freguesia de Fervença, estando já em construção um centro de saúde na cidade da Lixa. Há ainda várias clínicas médicas privadas, onde é assegurada a assistência médica de clínica geral e das mais diversas especialidades.

9 — Farmácias

Na área do novo concelho existem actualmente cinco farmácias.

10 — Casas de espectáculos

Em termos de casas aptas para a realização de espectáculos, nomeadamente cinema, teatro* e espectáculos •musicais, existe o actual quartel dos Bombeiros Voluntários da Lixa, a Casa do Povo de Marco de Simães e a Casa do Povo de Borba de Godim.

11 — Transportes públicos colectivos

Na área do futuro concelho existem e operam duas empresas de transportes públicos colectivos.

12 — Estação dos CTT

N cidade da Lixa existe uma estação dos CTT com óptimas instalações, já que o actual edifício foi construído de raiz e inaugurado em 2 de Agosto de 1991. Dispõe de código postal próprio, sendo, inclusivamente, um dos centros de distribuição postal do País. Note-se, porém, que